quarta-feira, 21 de abril de 2010

Cartada contra a privatização dos CTT

A ATTAC Portugal lança na quinta-feira, próximo dia 22 (amanhã), uma campanha contra a privatização dos CTT, intitulada «Cartada contra a Privatização dos CTT».

Tanto quanto fomos informados, há mais informação em www.correiopublico.net/ ou no evento no Facebook.

A minha posição pesoal em relação a todas as privatizações agendadas é a de franzir o sobrolho. Infelizmente, falta-me informação para fazer um julgamento definitivo. No PEC não se encontra nenhuma estimativa relativa aos dividendos perdidos com as diferentes privatizações, e dos juros poupados com o pagamento de dívidas, o que, dado o nível de detalhe das mais de cem páginas que o compõem, é uma ausência gritante.
A nossa imprensa económica é incapaz de fazer as contas, e no debate público sobre estas privatizações esta informação continua ausente.

Se tiver disponibilidade, essas contas serão publicadas neste blogue em primeira mão (!).

No que diz respeito à privatização dos CTT em particular, tenho reservas adicionais. A decisão de privatizar não deve ser julgada, obviamente, apenas pelas suas consequências contabilísticas (pese embora a importância destas). A experiência de outros países que privatizaram os seus serviços de correio tem, tanto quanto sei, sido negativa - pois de alguma forma a fiscalização dos privados, obrigados que estão a cumprir um determinado serviço público, tem sido menos eficaz a garantir a integração e coesão territorial do que a prestação directa desse serviço por uma empresa pública.

2 comentários :

Micael Sousa disse...

Tal como refere o autor, necessitávamos mais dados sobre a questão dos CTT. Partilho da sua opinião em que os serviços públicos não deveriam ser privatizados. Se são ineficientes há que optimizar e melhorar, não vender.

Ricardo Alves disse...

Não é privatizando que se melhora o serviço. E esta privatização pode ser gravosa para a população idosa rural, muitas vezes iletrada e certamente info-excluída. Mas são pessoas que dificilmente protestarão ou se aperceberão do que está a ser feito.