Supeito de que, neste momento, as elites políticas portuguesas poderão já ter decidido que não haverá referendo em Portugal ao Tratado constitucional. Arrisco ainda que poderemos saber disto em Agosto, lendo o jornal na praia.
Aquando da discussão do Tratado de Amesterdão, o Presidente da República e todos os partidos parlamentares estavam comprometidos com a realização de um referendo. Bastou o veto do Tribunal Constitucional para que o debate ficasse reduzido ao Parlamento, onde a discussão foi tão cautelosa que não mereceu mais do que meia dúzia de linhas nos jornais.
A relação com a «Europa» é, para o regime democrático, um tabu comparável àquele que a guerra colonial constituía para a ditadura. Sente-se que o destino do regime actual está tão ligado à relação com a UE como o destino do regime anterior o estava às guerras nas colónias.Infelizmente, a União Europeia condiciona a nossa vida colectiva mais do que uma mudança de maioria parlamentar como a última que ocorreu. Seria, portanto, imperioso discutir a nossa participação na UE sem tabus nem medo das conclusões. Duvido que haja coragem para tanto.
2 comentários :
Post Scriptum: um não da esquerda portuguesa...
No tempo de Salazar o lema era:
"Portugal não se discute"
Agora as coisas estão muito diferentes pois vivemos em democracia e o lema é:
"A europa não se discute"...
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