- «O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, defendeu esta semana que os orçamentos nacionais possam ser vetados pelo comissário europeu dos Assuntos Financeiros. Ou seja, o ministro alemão defende que alguém não eleito se possa sobrepor aos representantes eleitos de um povo. E que seja ele a decidir o mais importante instrumento político de um País, decidindo, independentemente da vontade dos cidadãos, o que será feito com o seu dinheiro. (...) "No taxation without representation", foi o mote para o que viria a ser a revolução americana. (...) Não há duas formas de dizer isto: o poder alemão quer destruir as bases fundamentais das democracias europeias. Em vez do federalismo democrático, em vez dos eurobonds e de uma integração cambial e financeira com pés e cabeça, defende uma ditadura orçamental que torne os cidadãos europeus em súbditos. Em contribuintes sem o direito de decidir o que fazer com os seus impostos. (...) A Alemanha, que já foi um dos principais motores da construção europeia, é hoje a principal inimiga da União Europeia. E nas suas cada vez mais indisfarçáveis tentações imperais põem em risco as democracias dos países europeus, o euro, a União e, com tudo isto, sessenta anos de paz. Travar a cegueira alemã é obrigação de todos europeístas e democratas, na Alemanha e em toda a Europa. Antes que seja tarde.» (Daniel Oliveira)
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Revista de blogues (18/10/2012)
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