Muitos comentaram as declarações de António Borges considerando os empresários portugueses «ignorantes», mas pouco se falou numa afirmação sua que revela ela própria uma enorme ignorância quanto à situação nacional, ou então uma desonestidade sem pudor.
António Borges declarou que «80% da despesa do Estado são vencimentos de funcionários públicos» (aos 19 minutos deste vídeo).
Eugénio Rosa denunciou o equívoco, dizendo que o valor real não é de 80%, mas sim cerca de 20%, ou ainda menos (cerca de 15%), caso sejam excluídos os gastos associados administrações locais e regionais.
Perante a magnitude da diferença, fui eu próprio confirmar os números. E é relativamente simples: consultando o Orçamento de Estado é possível encontrar um quadro designado «Despesas dos serviços integrados, por classificação económica». Neste quadro, basta dividir-se o valor associado à rúbrica «Despesas com o pessoal» pelo valor correspondente ao «Total das despesas correntes». Para 2011, o valor é de 21,13%.
Em conversa nas redes sociais tomei contacto com mais duas formas de obter este valor. Ou através dos dados da Comissão Europeia, que nos dão os resultados em proporção do PIB nacional. Dividindo pelo peso do estado na economia, é possível chegar a um valor próximo dos 22%.
Ou então, fazendo as contas ao que o estado poupou com os subsídios, e descontando as isenções para fazer uma estimativa por excesso, o valor calculado torna-se ainda inferior: 17,5%.
Uma coisa é evidente, os vencimentos dos funcionários públicos estão muito distantes dos 80%. Esta foi uma enorme asneira (ou mentira) de António Borges, que merece ser denunciada pela comunicação social, para evitar equívocos. Luís Reis Ribeiro, no Dinheiro Vivo, dá um bom exemplo.
António Borges declarou que «80% da despesa do Estado são vencimentos de funcionários públicos» (aos 19 minutos deste vídeo).
Eugénio Rosa denunciou o equívoco, dizendo que o valor real não é de 80%, mas sim cerca de 20%, ou ainda menos (cerca de 15%), caso sejam excluídos os gastos associados administrações locais e regionais.
Perante a magnitude da diferença, fui eu próprio confirmar os números. E é relativamente simples: consultando o Orçamento de Estado é possível encontrar um quadro designado «Despesas dos serviços integrados, por classificação económica». Neste quadro, basta dividir-se o valor associado à rúbrica «Despesas com o pessoal» pelo valor correspondente ao «Total das despesas correntes». Para 2011, o valor é de 21,13%.
Em conversa nas redes sociais tomei contacto com mais duas formas de obter este valor. Ou através dos dados da Comissão Europeia, que nos dão os resultados em proporção do PIB nacional. Dividindo pelo peso do estado na economia, é possível chegar a um valor próximo dos 22%.
Ou então, fazendo as contas ao que o estado poupou com os subsídios, e descontando as isenções para fazer uma estimativa por excesso, o valor calculado torna-se ainda inferior: 17,5%.
Uma coisa é evidente, os vencimentos dos funcionários públicos estão muito distantes dos 80%. Esta foi uma enorme asneira (ou mentira) de António Borges, que merece ser denunciada pela comunicação social, para evitar equívocos. Luís Reis Ribeiro, no Dinheiro Vivo, dá um bom exemplo.
2 comentários :
Para se chegar aos "80%" (actualmente é 70 e tal %) tem de se somar as despesas com pessoal das administrações públicas com as prestações sociais da segurança social (pensões, subsídios de desemprego, rsi, etc.). Há muita gente que designa todo esse conjunto como "salários" (o que não é correcto).
Pior ainda é designar todo esse conjunto como "vencimentos de funcionários públicos".
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