Michel Houellebecq, Frédéric Beigbeder e Christine Angot cruzam-se nos livros um dos outros em registos autoficcionais com estilos muito diversos. Raramente são simpáticos uns com os outros. Ao ler "La carte et le territoire", o prémio Goncourt de 2011 constatei que involuntariamente os três escritores formam uma cadeia literária viva que caracteriza uma certa Paris e uma certa França actuais. Os três escritores conseguem encaixar a aparente futilidade e banalidade dos gestos e dos hábitos quotidianos numa escrita inteligente, mas sem super-heróis. Beigbeder é um barómetro das discotecas e da vida mundana, Angot descreve-nos a suas idas ao quiosque e Houellebecq não hesita em partilhar os suas aventuras através de estradas bordejadas das distracções modernas.
Tal como refere o José Mário Silva numa das últimas edições da revista Ler, falta na literatura portuguesa quem se atreva a descrever as vivências do quotidiano, os cafés que frequentam, os jornais que lêem ou fazendo saltar para o meio das páginas personagens reais com quem se cruza no autocarro e na farmácia. Falta sobretudo um Beigbeder. Não é por isso de estranhar que este autor (tal como Angot) não tenham obra publicada em Portugal.
Tal como refere o José Mário Silva numa das últimas edições da revista Ler, falta na literatura portuguesa quem se atreva a descrever as vivências do quotidiano, os cafés que frequentam, os jornais que lêem ou fazendo saltar para o meio das páginas personagens reais com quem se cruza no autocarro e na farmácia. Falta sobretudo um Beigbeder. Não é por isso de estranhar que este autor (tal como Angot) não tenham obra publicada em Portugal.
1 comentário :
Numa escrita inteligente é sinónimo de entediante?
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