«Havia quatro potenciais compradores do BPN. O governo PSD/CDS, através de uma Caixa Geral de Depósitos recheada de novos boys dos dois partidos, quer negociá-lo em regime de exclusividade com o BIC, cujo presidente é Mira Amaral, antigo ministro de um dos clientes mais famosos do BPN, Cavaco Silva. Para além dos 40 milhões que o BIC afirma ir pagar, metade dos funcionários irão ser despedidos. Entretanto, um dos compradores que foram preteridos, o NEI, vem dizer que nunca fez uma oferta que fosse inferior a 100 milhões de euros (sim, 60 milhões mais do que é proposto pelo BIC), e que a proposta seria sempre vantajosa para os trabalhadores. Excluído à partida, este grupo de investidores vem falar agora de uma luta de David contra Golias. Julgo que ninguém poderá ter dúvidas sobre a natureza deste negócio.»
Independentemente das reais intenções associadas a esta decisão, o que é que o governo alega para justificar o abdicar de 60 milhões de euros, bem como os despedimentos adicionais que irão ocorrer?
Procurei, mas não consigo encontrar qualquer tipo de justificação.
2 comentários :
É espetacular ver pessoas do Bloco de Esquerda a manifestar-se solidárias e empenhadas com um grupo de investidores capitalistas.
Se o estado podia vender um bem a certos capitalistas por um preço, mas depois vai vender a menos de metade a outros; a revolta com essa situação é mais uma revolta contra a corrupção (quase certamente) envolvida na negociata, do que solidariedade com os capitalistas que ofereciam o preço mais alto. Com a negociata (com o BIC) eles presumivelmente terão perdido, mas quem certamente perdeu - pelo menos a diferença entre as ofertas - foi o estado, e isso deve preocupar-nos.
Acho muito bem que o BE dê atenção a este assunto.
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