O que eu quiz dizer foi que na Europa chamamos neoliberais aos que aqui nos EUA se chamam neoconservadores (os Joões Carlos Espadas e os Drs. Arrojas dos EUA).
Isto não quer dizer que eles sejam liberais politicamente, quer dizer que eles são a favor da desregulamentação económica. Porque sabem que ‘Entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, c´est la liberté qui opprime et la loi qui affranchit.’
Os que aqui nos EUA se chamam liberais defendem o liberalismo político e acreditam quase todos que não há liberdade sem justiça social: educação, informação, etc. Porque sabem que ‘Entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, c´est la liberté qui opprime et la loi qui affranchit.’
Mas há de tudo neste mundo e felizmente as pessoas não se dividem em dois campos ideológicos definidos com esta simplicidade. Por exemplo, um amigo meu que eu adoro e respeito imenso e que é uma pessoa excelente, generoso, etc., foi aluno do Milton Friedman e acredita nos dois liberalismos, político e económico, com a mesma energia.
Em Portugal as coisas são, infelizmente, mais simples. A direita (incluindo os neocons) tem uma tradição muito grande de marialvismo. Como se sabe, o marialvismo foi uma reacção da aristocracia portuguesa aos ideais do iluminismo, que se materializaram, por exemplo, nos esforços do Marquês de Pombal para ensinar os nobres a ler (uma afronta que ainda não está desculpada).
Por isso é que nos é dificil imaginar os políticos neocons a lerem Mill e Popper, e a filosofarem sobre teorias políticas durante os jantares em que os ricos lhes prometem favores a troco de favores.
Eu nunca sou convidado para os jantares privados do Dr. Barroso, mas suspeito que neles não se discute Plinio nem Tucidites... :o)
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