segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Pôr a Madeira na ordem

O actual Primeiro Ministro tem imensos defeitos, mas merece alguma da minha estima por ser o primeiro Primeiro Ministro de que me recordo a pôr alguma ordem na cleptocracia madeirense:
  • «"O Governo Regional solicitou, este ano, por duas vezes ao Ministério das Finanças, que o autorizasse a contrair um endividamento de cerca de 150 milhões de euros", "tendo-lhe sido dito, por duas vezes, que não se autorizava [o empréstimo]" (...) o Ministério das Finanças "foi confrontado com a situação reportada pelo Banco de Portugal e que nos dava conta de que, afinal, esse empréstimo tinha sido na prática realizado"».

Face a mais esta derrapagem programada madeirense, sempre confiante no eterno pára-choques continental, o Governo atreveu-se a meter travões:

  • «o que o ministro das Finanças fez [suspendeu este mês o montante de 50 milhões de euros relativos à última tranche de transferências] foi "apenas cumprir uma lei da República e o artigo 70.º do OE", redacção herdada de governos anteriores».

O PIB per capita da Madeira é de 121% da média nacional.

(Ver notícia.)

6 comentários :

João Vasco disse...

De acordo!

Filipe Castro disse...

Se houvesse lei em Portugal se calhar o bijago estava na cadeia. :-)

Anónimo disse...

Não é verdade. O que foi feito foi uma operação de titularização de créditos...
Uma dívida de 150 a A passou a ser uma dívida de 150 a B. Resto ZERO.
Não é bom acreditar em tudo o que se lê...
Infelizmente um manda uma boca e todos desatam a comentar contando com aquela "boca" inicial como credível...

Ricardo Alves disse...

Ó anónimo,
a mim basta-me ver o Alberto JJ e o Guilherme Silva aborrecidos para ficar feliz. Se lhes pisaram os calos, só pode ser boa coisa...

Anónimo disse...

Claro...
Já perderam toda a racionalidade...

jcd disse...

«Não é verdade. O que foi feito foi uma operação de titularização de créditos...
Uma dívida de 150 a A passou a ser uma dívida de 150 a B. Resto ZERO.»


Não, uma dívida de 150 à região da Madeira passou a ser uma dívida de 150 da região da Madeira a um banco, coberta por esses 150. Foi uma antecipação de receitas, o que se regista no passivo. É dívida nova.

O que também está errado é a história dos 121%. A Madeira cresceu bastante nas últimas décadas, o que explica as sucessivas vitórias de AJJ e deixou os Açores a milhas, mas os 121% são uma mistificação porque estão afectados pelos rendimentos da Zona Franca, pura contabilidade.