É absolutamente delicioso o parágrafo final do comunicado da FPF sobre a não concessão de isenção de IRS aos prémios de jogo.
- «Apesar de tudo, estes fenómenos têm uma virtude. Permitem identificar, com uma clareza ofuscante, os hipócritas que, quando lhes convém, se associam às vitórias desportivas dos “heróis nacionais”, mas que se apressam a adoptar um tom grave e sisudo quando é mais cómodo fustigar “os príncipes da bola”.»
(Silva Pereira é o homem por trás de Madaíl. Foi ele quem negou a isençãozinha. Madaíl agora chama-lhe hipócrita.)
Como qualquer pessoa com dois dedos de testa compreende, os convites feitos aos políticos para irem aos estádios trazem água no bico. Os Sócrates e os Rebelos de Sousa, que aproveitam os jogos da equipa da FPF para aparecer, deveriam sabê-lo. Agora, com a educação que todos lhe reconhecem, Madaíl chamou-lhes hipócritas...
(Já agora, considerar «heróis nacionais» os campeões mundiais de mergulho na relva e de faltas sobre os adversários, é de uma presunção atroz...)
12 comentários :
Como não sou doutor em leis tenho que consultar o que diz o código do IRS:
http://www.dgci.min-financas.pt/dgciappl/codigosdgci/IRS/IRS12.htm
Afinal, não há democracia e comem todos.
«O IRS não incide sobre os prémios atribuídos aos praticantes de alta competição, bem como aos respectivos treinadores, por classificações relevantes obtidas em provas desportivas de elevado prestígio e nível competitivo, como tal reconhecidas pelo Ministro das Finanças e pelo membro do Governo que tutela o desporto, nomeadamente jogos olímpicos, campeonatos do mundo ou campeonatos da Europa»
Ah, e o Milo Manara diz que a tal Portaria só se aplica aos três primeiros lugares dos ditos campeonatos (ver a caixa de comentários do «Madaíl apresenta a conta»).
Se o Manuel Damásio viesse receber um prémio monetário cá no burgo tinha de pagar IRS?
o "nomeadamente"
implica que a consideracao ministerial incida sobre a competicao, nao a classificacao. ok, a portaria esclarece (ai, a preguica).
Seja como for, e' triste que se preveja qualquer isencao.
João Moutinho,
o Damásio não deve pagar impostos em Portugal, dado que vive nos EUA há décadas.
João Moutinho,
O prémio do Damásio também estaria isento.
Ricardo,
Totalmente de acordo com o post, excepto um pormenor, o MRS não é politico no activo, é um cidadão como outro qualquer, portanto o facto de ter por lá andado como "comentarista" não é censurável.
Segunda nota, o Cavaco, que sei que não é apreciado nesta casa, sem ignorar completamente esta gente (o que não seria prudente, veja-se o caso de Rio Rio) mantém-nos à devida distância.
Cheira-me que um hipotético Presidente Alegre, por exemplo, teria passado um mês na Alemanha a falar de bola...
1. «o MRS não é politico no activo»
Isso julgas tu... ;)
2. «o Cavaco sem ignorar completamente esta gente mantém-nos à devida distância»
Parece-me que falhaste esta:
http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=7766&tnid=4
Ricardo,
O MRS não é politico no activo no sentido em que não desempenha cargos públicos há mais de 10 anos (sendo que o último foi ser vereador da CML). Farta-se de fazer política mas não é com o dinheiro dos contribuintes.
Eu sei que o Cavaco esteve em Estugarda. A questão é que ele desde o ínicio tinha decidido que só ia à Alemanha caso a seleccão fosse à final ou, quando muito, disputasse os 3º e 4º lugares. Ou seja, em príncipio não iria lá. Já o Governo esteve presente em todos os jogos...
Não acho que se deva ignorar completamente a malta do futebol. Aliás, o pais não o entenderia. Mas deve-se guardar alguma distância, como acho que o Cavaco faz.
Agora me lembro, o MRS foi depois disso Presidente da Assembleia Municipal de Celorico. Mas é irrelevante. Esteve na Alemanha a custas dele (ou da imprensa) e nada tem a ver com o Estado português.
Milo Manara,
o MRS foi presidente do PSD há menos de dez anos: até 1999. Depois disso ainda foi deputado municipal, um cargo de eleição política. E não diria que está reformado. Aliás, estou pronto a apostar que ainda o veremos a concorrer a um lugarzito qualquer... ;)
Quanto ao Cavaco, também «ajoelhou» em Estugarda. Nestas circunstâncias, ir uma vez é mais próximo de ir duas ou três do que nunca ir.
Ricardo e Milo,
Obrigado pela informação.
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