sábado, 22 de julho de 2006

Na imprensa libanesa: a medida certa de tempo

Editorial do L´Orient-Le Jour.
«(...)
La guerre va durer longtemps, avertit ainsi l’ennemi israélien qui s’apprête à monter à l’assaut du réseau de galeries souterraines dont disposerait le Hezbollah dans la région frontalière. Ce n’est encore que le début, renchérit Hassan Nasrallah, qui affirme conserver un arsenal largement intact, et qui se refuse à libérer les deux soldats israéliens qu’il détient autrement que dans le cadre d’un troc. Pour l’unique superpuissance américaine qui a jeté tout son poids aux côtés d’Israël, il n’y a guère d’urgence, en tout cas, pour un cessez-le-feu. La raison officielle, déclinée hier encore par Condoleezza Rice, en est qu’un arrêt des affrontements ne servirait à rien s’il ne faisait que rétablir le statu quo alors qu’il faut, au contraire, créer les conditions d’une stabilité durable en s’attaquant à la racine du problème: à savoir le soutien de l’Iran et de la Syrie au Hezbollah. En clair, Washington continue d’accorder du temps et une large liberté d’action à Ehud Olmert: assez pour ramollir sensiblement, à défaut de l’annihiler, le Hezbollah; et pas assez cependant, délicate attention, pour provoquer l’effondrement du Liban tout entier et celui du gouvernement Siniora.
(...)»

4 comentários :

Anónimo disse...

Num previsível efeito dominó pós invasão do Iraque, a velha ordem política mundial começa a ruir. E do caos que se instala pode nascer tudo...

dorean paxorales disse...

Não me parece que Israel ou os EUA tenham qualquer interesse num Líbano desgovernado. Ao contrário da Síria, Israel não precisa desse tipo de desculpas para invadir o país (e hoje mesmo mostrou que não).

Muito pelo contrário, foi a falta de controlo do P.M. Siniora (um homem sério que justamente representa a 'maioria silenciosa' libanesa) sobre o seu próprio país que permitiu o ressurgimento da guerrilha após os acordos de paz.

Ricardo Alves disse...

«foi a falta de controlo do P.M. Siniora (...) sobre o seu próprio país que permitiu o ressurgimento da guerrilha após os acordos de paz»

Mas o governo libanês alguma teve alguma hipótese de construir um exército independente da Síria?

dorean paxorales disse...

"Mas o governo libanês teve alguma hipótese de construir um exército independente da Síria?"

Teve sim. A filosofia da administração americana pós-Guerra Fria assentava em dois factores: a normalização das relações entre israelitas e árabes moderados (jordanos e egípcios) e na manutenção de um equilíbrio de poder entre estados radicais. Para Bush-pai, um Saddam derrotado ainda serviria de contra-peso ao eixo Teerão-Damasco.

Após os atentados de 2001 Bush-filho até obteve a cooperação de um Hassad "II" que se afirmava reformista (e temia a 'islamização' do país). Essa cooperação já previa a retirada dos sírios do Líbano. Mas a demonstração de força na segunda invasão do Iraque, em 2003, e captura de Saddam teve um resultado óbvio: a retracção do regime sírio (em tudo igual ao iraquiano) e a sua aproximação posterior ao Irão de Mahmoud Ahmadinejad (eleito em 2005).