terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Revista de imprensa (8/1/2013)

  • «O Estado vai reforçar o capital do Banif metendo lá 1.100 milhões de euros. Ficarão os contribuintes, através de um empréstimo da troika, detentores de 99,2% do banco. Se toda a gente envolvida nesta negociação se portar bem - coisa que a disputa da herança do antigo líder do banco, Horácio Roque, torna incerta - a percentagem de posse do Estado naquele banco diminuirá para 60.6%, situação que, no entanto, perdurará até 2017. Na melhor das hipóteses. Apesar de responderem pela maior parte do dinheiro que capitalizará esse banco, os contribuintes não terão direito a controlar a administração do Banif, que continuará dominada pelos representantes de alegados "investidores privados" que se comprometem a lá pôr, na empresa que deixaram cair, apenas 250 milhões de euros. Note-se que este banco, de 2000 a 2010, deu aos seus acionistas 216 milhões de euros em dividendos, 41% do total de lucros registados nesse período, dinheirinho que hoje daria muito jeito mas, pelos vistos, ninguém acha dever ser considerado nesta relação desigual entre o nosso proclamadamente falido Estado e os nossos pretensamente ricos capitalistas, cuspidores dessa mão que, afinal, lhes dá sempre de comer e cronicamente os salva dos apuros em que se metem. (...) nestes acordos a oposição afeta ao regime (na circunstância o Partido Socialista), cala-se caladinha pois surge sempre um dos seus (no caso Luís Amado, ex-ministro de Sócrates e atual presidente do Banif), a tutelar este tipo de negócios.» (Pedro Tadeu)

3 comentários :

ASMO LUNDGREN disse...

sim pá esqueceste-te de dizer que os 7 mil milhões de produtos financeiros

arrecadaram em retenção na fonte no banife mesmo aos 16% da madeira um total de 350 milhões em imposturas de 2005 a 2012... fora outros impostos sobre o banco

e irs dos funcionários

que vão pesar umas centenas de milhão nos desempregos enquanto os houver e reformas antecipadas...

Luís Lavoura disse...

É claro que o dinheirinho que no passado foi pago aos acionistas daria hoje muito jeito, mas não vale a pena invocá-lo porque esse dinheiro já foi gasto e muitos desses acionistas já hoje não o serão e não poderão ser chamados à pedra. Portanto, esse assunto está arrumado.

Deve-se também lembrar que a razão para o Estado meter dinheiro nos bancos é o facto de as autoridades internacionais terem decidido unilateralmente impôr novos rácios de capital aos bancos, coisa de que estes não têm culpa. Alguns dos bancos estão a ser capazes de angariar mais capital para satisfazer os novos rácios, mas outros bancos, compreensivelmente, não estão a ser capazes. Parece-me razoável que, sendo uma autoridade estatal a mudar as regras sobre o setor bancário, essa mesma autoridade se preocupe em ajudar os bancos a cumprir as novas regras.

tempus fugit à pressa disse...

Assumo-me como antigo recebedor de cheques do BPA e do BANIF, assumo-me como pequeno accionista no BPA no tempo de Pedro Caldeira, assumo-me como detentor de títulos de dívida pública titularizados pelo Banif para 2019 que tenho a certeza de não vir a receber.
E assumo que em tempos depositava 80% do meu salário numa filial do Banif em moeda forte que era desvalorizada 25 ou 30% a bem da nação uns dias depois.
Assumo que continuei mais ou menos crente na banca portuguesa, mais conservadora e mais dada ao imobiliário e às negociatas estatais e camarárias,apesar do escândalo da caixa económica faialense que deixou milhares a arder, sendo-lhes pagos anos depois depósitos já sem valor no máximo de 5000 contos, um canadiano conseguiu que o estado lhe pagasse 100 mil passados uns 15 anos.
Assumo que se tiver tempo de vida suficiente e saúde suficiente, retiro os tostõezinhos do Banif e ponho-os no BES do Pinocheta ou no Montepio do rombo do Finibanco ou no BPI da especulação com dívida grega

A economia e a banca são questões de fé, num portugal envelhecido e a envelhecer deve-se incentivar os privados a investir e a depositar poupança tributada em solo nacional ou em paraísos fiscaes madeirenses para venezuelano pôr os trocos.

Agora abalar essa confiança, ou dizer a velhotas de 60 anos que vão ter que dar 10% do preço da barraca onde moram quando o velhote morrer...é cruel
ou é patético...ou se calhar é ambas...

o censor de serviço que apague esta merda
tou a ficar enublado...