quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pedro Passos Coelho, desapegado do poder?

No texto «Que se lixe a democracia» que publicou no Arrastão, Daniel Oliveira comenta as recentes  declarações de Passos Coelho: «Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal».

Daniel Oliveira parte do princípio que são sinceras, e acredita que revelam pouco apreço pela Democracia e pela sua forma de funcionamento. Na verdade compreendo bem os argumentos do Daniel, embora discorde - acredito que, se fossem sinceras, até poderiam ser de louvar - e gostaria de dedicar um texto a explicar porque é que o afirmo enquanto democrata.

Mas antes de mais queria explicar porque é que sei que não são sinceras. Porque é que afirmo que são mais uma demonstração da enorme hipocrisia de Pedro Passos Coelho, um indivíduo cuja ganância desmedida, cuja enorme ambição pelo poder estamos todos a pagar, pelo tanto mal que fez ao país.

Para isso quero recuar ao momento antes da votação do PECIV. Nessa altura Portugal estava perante uma encruzilhada. Por motivos em grande medida exógenos - desde a crise financeira de 2008 até às fragilidades da arquitectura da moeda única, passando pela resposta surpreendente que a Alemanha deu aos problemas gregos, também eles surpreendentes - os juros em Portugal (e na Irlanda, Espanha, Grécia, ...) dispararam para níveis elevadíssimos.
Naturalmente, as decisões de investimento anteriores não contavam com tal subida, e investimentos que eram sensatos (rentabilidade superior aos juros) passaram a ser errados (rentabilidade inferior aos juros) de um dia para o outro. Perante esta realidade haviam essencialmente duas estratégias a seguir:

a) O importante é acalmar os receios dos mercados. Os bancos estão a cobrar juros elevadíssimos pois têm medo que Portugal não pague, o que dá menos condições para Portugal pagar e faz os receios terem mais razão de ser, o que leva os juros a aumentar em consequência e por aí fora. Para inverter este ciclo é essencial a «confiança»: nem uma palavra sobre renegociação, encontraremos forma de pagar, até todos terem noção que os receios são infundados e o ciclo se inverter. Temos de convencer os bancos que emprestar dinheiro a Portugal é seguro e lucrativo, para que a concorrência se encarregue de baixar os juros.
Esta estratégia é defendida principalmente pela direita.

b) Então os bancos financiam-se no BCE a 1%, e cobram juros superiores a 7% aos estados? Que  favorecimento dos privados é esse? Na verdade Portugal tem um poder negocial que não está a ser usado. Se os juros são tão altos reflectindo o risco que representa emprestar dinheiro, então é da natureza do negócio que numa situação de desespero, com o contrato social entre o estado e os cidadãos em risco, ele possa não ser pago.
Há prioridades, e a saúde e a educação, mais do que a estabilidade do negócio financeiro, devem estar em primeiro lugar. Portugal, ao pagar tudo sem dizer «ai» nem «ui», tem a má fama (por isso paga juros altos que enriquecem os bancos), mas não tem o proveito. Querer pagar tudo é defender mal os interesses nacionais, pondo os interesses das instituições financeiras à frente dos nossos.
Uma boa gestão da actual situação corresponderá a negociar com os bancos um perdão parcial da dívida, que aumente as possibilidades de pagar a parte restante, e até poderá levar a uma diminuição dos juros por essa via.
Esta estratégia é defendida principalmente pela esquerda.

(Não mencionei o não pagamento total da dívida, mas alguns partidos de esquerda sem assento parlamentar também defendiam esta hipótese).

Que via é que José Sócrates e o PS escolheram? A via da direita.
Notem os leitores que não estou a criticar essa decisão - pessoalmente tenho bem menos certezas em relação a esta questão do que quase todos os que a comentam. Mas efectivamente o PS escolheu a sua opção: pagamento integral, nenhuma alusão a qualquer tipo de renegociação.

Perante isto, os partidos de esquerda fizeram aquilo que se esperaria: chumbaram o PECIV, apresentando as suas alternativas de esquerda. A democracia a funcionar.

E o PSD? Se Sócrates ia seguir a via da direita, e se o PSD acreditava que essa era a via certa, só havia uma forma de defender o interesse nacional: dar força à opção do PS. Na verdade, o PECIV conseguia financiamento em condições muito mais favoráveis que as actuais: não só pela questão simbólica de pararem («estancarem») os recursos ao FMI, como pela questão efectiva de ter maior controlo sobre as decisões tomadas, com maior independência face aos interesses dos credores.
E o PSD sabia isso. Vários notáveis do PSD avisaram Pedro Passos Coelho que ele não deveria juntar uma crise política à crise financeira, pois tratava-se de algo que prejudicaria gravemente a estratégia de «descansar os mercados», e realmente Pedro Passos Coelho foi incapaz de apresentar qualquer alternativa ao PECIV no momento em que o chumbou - ele sabia que não existia melhor opção dentro da estratégia que ele subscrevia.

Mas Passos Coelho também sabia que aquele era o «seu» momento. Os líderes do PSD andavam a ser substituídos com regularidade, e se ele escolhesse defender o interesse do país, também acabaria por ser substituído. Não! Aquela era altura de ir a eleições, que poderia ganhar precisamente pelo momento difícil em que o país se encontrava, que a sua ambição desenfreada tanto agravou.
Em Portugal disse que chumbava o PECIV porque exigia sacrifícios excessivos, na UE dizia que o fazia porque os sacrifícios eram insuficientes. O hipócrita.

As consequências imediatas dessa escolha sem escrúpulos? Até Durão Barroso as reconheceu.


Sem qualquer empatia ou consideração sobre o destino dos portugueses, Pedro Passos Coelho colocou a sua carreira política à frente dos interesses do país, e nós estamos a pagar duramente essa decisão.

Depois fez toda a uma campanha eleitoral que é um festival de hipocrisia:



Agora vem dizer que não quer saber de eleições? É precisamente o seu apego ao poder que o leva a mentir tão descarada e desavergonhadamente sobre o seu apego ao poder.
São as ironias que a hipocrisia sem limites proporciona.

15 comentários :

Wyrm disse...

Excelente análise. A esta altura do campeonato só é enganado quem quer.

Semisovereign People at Large disse...

deves ser muito simples pra perceberes isse tudo....

com PECIV ou sem PECIV já em 2008 a dívida de putocale de 2015 e 2016 se estava a vender a 95% e a 94% do valor nominal
e só banco putoguês e espanhol comprava
que o diga a CGD que a impingiu aos depositantes a juros de euribor+0,125%

esta está-se mais a vir cum o jão bascus que a ir-se ou wyrme-se

João Vasco disse...

Esquizofrénico,

Talvez um dia quando escreveres de forma que dê para parecer que estou a lidar com uma pessoa mentalmente sã, responderei aos argumentos e críticas que apresentares.
Até lá, tenho pouca paciência para ler o que escreves.

Semisovereign People at Large disse...

maluco...b) Então os bancos financiam-se no BCE a 1%, e cobram juros superiores a 7% aos estados?
Mas és estúpido?
Os bancos financiam-se a 1% porque a maior parte dos empréstimos das casas está indexada à euribor+spread ó besta.
0,7+1% de spread em 2004 a 30 anos ou 40
dá 1,7% que as famílias pagam aos bancos (e houve spreads de 0,5%...

Logo se os bancos remuneram os depósitos a mais de 3,5% ao ano e as famílias em média nem lhes pagam 1,7% pelo crédito imobiliário contraído em 2003-2005 uns 68 mil milhões de euros...bagatelas

Talvez um dia(,) quando escreveres de forma inteligível ó putol de merda, de esquerda ou direita, tanto faz, que dê para parecer que és portador de um atraso mental ligeiro, talvez tenha paciência para te papaguear nas tuas absurdidades numéricas e numeradas próprias de um coiso na fase anal.
Até lá, vai prá merda, já te escrevi que a esquizofrenia é um termo demodé.
No teu caso és um maníaco-obsessivus de lugares comuns da geração pós-rasca, mas inda mais rasca.
Nunca fizeste contas na vida, pois não?
Tira um curso de contabilidade no IEFP, diz que só tens, o 7ºano que de certeza acreditam.
Pecebeste?
oviamente que nã ó pseudo-cérebro unidimensional

João Vasco disse...

Esquizofrénico,

Se me esforçar um pouco para compreender o conteúdo dos teus comentários verifico (sem grande surpresa, confesso) que ele é tão merdoso como a forma com que te exprimes.
Vê lá se te curas.

Semisovereign People at Large disse...

em simplex para simples
40 ou 50 mil milhões ainda para pagar de empréstimos contraídos em 2003-2005 fora os restantes, que estão a ser remunerados a juros baixos pelos que os contraíram.

Crédito bancário externo inexistente abaixo de 4,75%
Logo se pagarem 4,75 e receberem 2% ou mesmo 3%

prejuízo de 1,75% no mínimo fora despesas de funcionamento bancário uns centos de milhões para os grandes

centos de milhões+1,75% de 40 mil milhões

centos mais 600 e tal milhões de prejuízo anual

resultado banca nacionalizada...e fuga de capitaes ao estylo do BPN

estado sem ninguém para comprar títulos de dívida de longo prazo mesmo com 20% de lucro a 10 anos
ou perda de 70% a 10 anos ao estylo grego

Jãbaskus reactie is gepubliceerd poys é nerd lerd
ou lerdo...és mais estúpido do que um puto de 23 que dizia ah isso é o que você diz...

mas ele nã dizia nada de jeito
só dizia isso
era o teu irmão mais novo?
também andava de rastas nas manifes e tinha o 2ºano de uma merda qualquer no IST
Engenharia química acho
despedi-o da formação...por pressão de grupo...
é psikol básica

bós soys tã brutes putes...

João Vasco disse...

A sério, vê lá se te curas.
Depois, quando escreveres de forma que não pareça que fugiste do Júlio de Matos, podes vir conversar com as pessoas mentalmente sãs, para os blogues ou para onde quiseres.

Semisovereign People at Large disse...

Mais simples os reagentes são comprados com juros de 4% a dois anos, (4% ao ano TAEG)pronto, eu elucido-te bruto, é a taxa anual efectiva lulobal.
Os produtos com uma margem líquida de 20%, já pós ship und handling, são pagos a 184 dias em média.
Qual é a rendibilidade efectiva do processamento ao fim de 2 anos de processamento em semi-contínuo com 118 dias de paragem anual em anos bissextos?
Faz para o biénio 2011-2012.

João Vasco disse...

«Mais simples os reagentes são comprados com juros de 4% a dois anos, (4% ao ano TAEG)pronto, eu elucido-te bruto, é a taxa anual efectiva lulobal.»

Não, parece que continuas em fuga. Da malta do Júlio de Matos e dos helicópteros negros que te seguem.

Eu quero acreditar que a tua condição tem cura.

Semisovereign People at Large disse...

Isto é escrita ó anormal com juros de 105% de déficit mental.
Não se consegue discutir com 2 parágrafos, em alemão ou em grego, com um chinês analfabeto funcional que só faz duzentos ideeogramas.

P.S.O Júlio de Matos não faz internamentos desde os tempos em que eu andava a fazer cadeiras extra-curriculares em Psicologia a 100$ cada, propinas anuais a 1200$.

P.S.D: não és mentalmente são, nem os blogues são sítios de con versa.
São sítios de estupidificação para con's e bit con's.

CDS: presentemente podes receber apoio ambulatório em vários hospitaes de lisboa, mas não no Júlio de Matos, nem no Miguel Bombarda,
no Linhó também dão torazina e lítio, mas tens de fazer uma operaçãozinha à parte púbica antes.
Ou já fizeste?

Semisovereign People at Large disse...

a tua con dicção tem cura meu filho(nem adotivo mas a genética é tramada), tende fé.
De resto a última vez que fugi de alguma coisa, foi no império centro africano, década de 80.
E o Jean Bedel Bokassa era mais inteligente do que tu, só era megalomaníaco, helicópteros só andei num cobra e num de pulverização de pesticidas, nunca vão atrás de mim, sou caça muito miúda.
Já tu és enorme, és genial, só te falta seres canhoto que eras como aquele escritor muito bom, que casou uma filha com o filho do Herberto Helder.
O Lobo Antunes que também tem manias de ser genial e canhoto como o Da Vinci.
Eu cá sei há décadas que sou muito estúpido, logo sou só bom a fazer contabilidade e custos.
Sou um manga de alpaca ótimo para qualquer regime e tenho curriculo em todos os regimes que me pagaram para ser estúpido.
A ti pagam-te para seres genial ou só esmifras a bolsa?

Semisovereign People at Large disse...

Se me esforçar um pouco(,) para compreender o conteúdo dos teus postes à carlos cuz, verifico (com grande surpresa, confesso que a 90 mil da tua geração que sahiram durante uns dez anos) que a tua geração, salvo raríssimas excepções é tão merdosa, como a forma de pseudo-raciocínio feito de clichês e lugares-comuns.
Terias sido um grande homem no PREC.
Os anões são sempre grandes em tempos de crise profunda, olha o psicopata do napoleone teu avô mentale.
E ele pelo menos era anal retentivo e fez um código bom para a jurisprudência imperial-colonial.
Tenho de ir ver uns Power Points.

João Vasco disse...

Já me esquecia que, além de seres doente mental, também és um pidesco cobarde que gosta de falar sobre a vida pessoal dos outros mas sempre sobre a capa do anonimato, que tens medo que te façam o mesmo.

Como doente mental dás pena, mas como pidesco cobardolas metes nojo.

Semisovereign People at Large disse...

estás a con fundires-te contigo próprio ó hipócrata sin cratus

Como doente mental dás pena, porque pensas ser uma ave de arribação mas és um dôdô doudo.
Bué de...até o calígula era mais são.
6% de resultado líquido em dezenas de milhares de milhões bolas a banca vai ter lucros bué...
yeah meu

já agora diz-me qual é o estado que está a pagar 7%?
a ucrânia?
o mercado secundário não é o dos estados palerma é de quem se quer livrar das obrigações

João Vasco disse...

Cura-te, e depois vem conversar.