Toda a gente tem o direito de subir ao cimo da montanha e gritar que é o rei do mundo. Não faz mal a ninguém e até deve fazer bem aos pulmões. Também é natural que as confissões religiosas rivalizem para construir o edifício mais alto, mais vistoso, mais espampanante - e há males maiores (como cortar o prepúcio das crianças ou assustá-las com o «inferno»). É por isso que votaria «não» se fosse suíço e me fosse colocada a questão «a construção de minaretes deve ser proibida?».
As confissões religiosas têm o direito de construir edifícios com aparência exterior de templo e fachada virada para a rua. Já houve tempo, em Portugal, em que não tinham esse direito. Depois da «tenebrosa» Carbonária e do «5 de Outubro» de 1910, passaram a tê-lo. Faz parte da liberdade religiosa ter casas para fins religiosos, e o serem facilmente identificáveis não me aquece nem me arrefece.
E no entanto, compreende-se perfeitamente que os minaretes que assustam os suíços são símbolos de poder. Ostensivos. Como as torres das igrejas e os sinos tocados a meio da noite são também para recordar que determinada comunidade religiosa existe e se faz ouvir. Ou o «Cristo-Rei» de Almada - não é por acaso que ficou virado para Lisboa e para o poder, bem visível e impositivo.
Mas, lá está. Temos o direito de subir ao cimo da montanha e gritar inanidades.
Agora, e já que o bom senso não abunda, seria de pedir (nem digo exigir...) que houvesse um pouco mais de bom gosto na igreja católica portuguesa. É que um mamarracho em verde, laranja, dourado e vermelho, em forma de caravela e com uma torre de cem metros de altura (mais de trinta andares...) plantada no Alto do Restelo, é um «nadinha» demais. É que a coisa é horrenda. E não o digo por ser anticlerical (que sou).
Como se não bastasse, a Câmara Municipal de Lisboa é a (infeliz) doadora de cerca de 25% do milhão de euros já reunido (e cedeu o terreno, com uma permuta pelo meio). Coisas do tempo do modestíssimo e nada católico Santana Lopes. Mas há-de doar mais. É para os pobres, dirá a ICAR. Pois. Pobres dos pobres. E pobres de nós.
11 comentários :
e será que o "arquitecto" que projectou este atentado ao bom gosto vai, em consequência, arder para sempre no inferno? ;-)
Nao, porque fez o projecto gratis.
O paraíso está garantido.
Já existe uma proposta para parar essa magnífica construção...
http://www.euparticipo.org/lisboa/ordenamento/Nao-a-construcao-da-Igreja-Caravela-Restelo
Querem participar?
O padre Colimão dava missa num pré-fabricado bastante humilde para essas bandas... É natural que deseje um templo mais vistoso.
Uma vez construído, o templo ficará a cerca de 1300 metros do Mosteiro dos Jerónimos que pelos vistos não é grandioso o suficiente.
Mais uma prova de que a ICAR está realmente atenta às necessidades das pessoas. O que seria delas se não fossem as igrejas milionárias da Santa Madre Igreja...
francamente não sei o que diga. apetece-me insultar uma data de gente, começando a partir de imbecil para cima, até Pais, Mães e restante Família. o melhor é não escrever mais nada...
O ateismo representa uma visão do mundo tão fraca que nem o interesse da arte desperta. Deixem ao menos trabalhar quem, desde o princípio, melhor ou pior, com ela aprendeu a sinalizar no mundo, pela imagem, pela música ou pela ocupação do espaço, as suas angústias e alegrias. Não precisam fazer-nos recordar os Budas de Bamyan tantas vezes.
O Nuno quando vê um ateu falar sobre religião reconhece o orador como sendo.. ateu. Mas se essa mesma pessoa que o Nuno não conhece falar sobre outro assunto, o Nuno provavelmente não identificará as crenças religiosas. Vai daí e o Nuno, sem reconhecer a imagem distorcida que isto causa, conclui que os ateus não falam sobre outra coisa que não seja religião. Coitadinhos dos ateus que mal falam sobre o assunto, o Nuno não os reconhece, mas não importa.
Agora sobre a arte é a mesma coisa. Existe arte com motivos religiosos; e arte sem esses motivos. Agora, se o "ateísmo despertasse a atenção da arte" em que medida é que a arte seria diferente daquela que não tem motivos religiosos? A minha resposta seria "em nenhuma medida", e a resposta diz logo algo sobre a pergunta..
Coisas que se vão descobrindo sobre o islam.
Um muçulmano pode ser o maior criminoso em relação aos não muçulmanos e mesmo para com muçulmanos.
Os outros muçulmanos não o julgam, allah sabe mais e allah é que o julgará.
Ele, o muçulmano criminoso, pode ter feito coisas proveitosas para o islam, e os outros muçulmanos não o saberem.
Um não-muçulmano pode ser a melhor e a mais santa das pessoas.
Para os muçulmanos não tem valor e é para submeter.
Para o islam, o pior muçulmano está acima do melhor não muçulmano.
Um não-muçulmano pode fazer o melhor dos bens aos muçulmanos, estes nada lhe agradecem.
Agradecem só a allah, mesmo que allah os tenha posto ou ponha na maior das desgraças e misérias.
Os muçulmanos nunca podem por em causa maomé e allah, quando foi o próprio maomé a revelar-nos que
o seu allah era o responsável por todo o mal do mundo.
Os muçulmanos dizem o que dizem e fazem o que fazem, porque isso lhes traz proveitos e os não muçulmanos, continuam
cegos e a não quererem ver o que o islam realmente foi, é e quer ser.
Está tudo escrito, é só dar um pouco de atenção para descobrir estas e outras verdades sobre aquela coisa, o islam.
O islam aproveita-se da bondade, generosidade, ingenuidade e passividade dos não-muçulmanos, para ir construindo a
sua maldade.
Mesmo que isso passe por desmascarar o mais mascarado dos males, tipo islam, as pessoas boas têm o direito, dever
e obrigação de defenderem e construírem o bem.
Nuno,
os budas de Bamyan foram destruídos por pessoas profundamente religiosas.
E há arte ateísta - para nos ficarmos pela cultura popular, o «Imagine» de John Lennon.
Anónimo,
o seu comentário seria mais adequado
no artigo anterior.
Ricardo,
"os budas de Bamyan foram destruídos por pessoas profundamente" fanáticas. Há-os de todos os tipos.
O "Imagine" de John Lennon é música de inspiração ateista?
Ok.
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