- «Os crucifixos estão nas escolas para doutrinar - fazer proselitismo. E é mesmo por esse motivo que os defensores dessa situação lá os querem: porque não confiam no poder de atracção da sua crença e querem impô-la aos outros. É compreensível, dir-se-ia mesmo expectável. E muito simbólico, sim: do medo da liberdade. Como será simbólico que um Estado laico, e sobretudo um Governo socialista, se mantenha cúmplice desse medo.» (Diário de Notícias)
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Crucifixos na escola pública
Fernanda Câncio no DN:
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3 comentários :
Esta é de chorar a rir também... Imagino que tenham sido imensas, aos milhões, as crianças que se converteram ao cristianismo por causa de um crucifixo na parede... Obviamente que, num Estado laico, não deve haver crucifixos (ou só crucifixos) nas paredes das escolas mas daí a vê-los como uma ameaça ou tentativa de evangelizar as massas...
E esta tentativa da Fernanda Câncio de tentar adivinhar as intenções dos outros é tudo menos séria: é especulativa, redutora e até insultuosa.
JDC. Isto é uma questão de educação elementar. Enfiar as nossas superstições pela goela abaixo das crianças sempre que se pode é uma boçalidade. Tenho a certeza que as crianças não se tornam católicas por terem uma cruz na sala de aulas, com um homem pregado nela, ou não.
Mas a cruz nas salas de aula lembra todos os dias às crianças que não são cristãs, que elas não pertencem à maioria, à religião do Estado, ou o que fôr.
Transmite às crianças uma ideia, que eu acho inaceitável, de que a religião cristã é uma coisa boa. E a maioria das crianças não tem meios para se defender desta forma de propaganda.
Só mais uma coisa: se formos honestos temos de concordar que transmitirmos as nossas superstições aos nossos filhos é uma forma de brutalidade infantil. Pense no Médio Oriente: três interpretações literais da mesma mensagem, igualmente incompreendidas e transmitidas ás crianças como se cada uma fosse o único caminho para a salvação eterna.
...uma "salvação eterna" que nunca ninguém viu!
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