sábado, 7 de novembro de 2009

Casamento Gay

Escrevi aqui em baixo, na caixa dos comentários, que achava pena que os homossexuais que integram a classe política andassem a fingir que eram heterossexuais, sobretudo os do PP, que são especialmente homofóbicos.

O Ricardo comentou que achava que o Paulo Portas provavelmente era heterossexual. Eu estou-me completamente nas tintas, como o resto do país, para a vida sexual do Paulo Portas. Não me interessa absolutamente nada se ele é ou não homossexual. Mas eu sei que há homossexuais no PP e acho pena que a vergonha deles sirva para reforçar o estigma com que os países menos educados, como Portugal, perseguem as pessoas LGBT (e outras minorias).

Não tem de ser assim. Quando vou à Holanda vejo as pessoas nas tintas para a sexualidade umas das outras. Ser-se homossexual não diz nada sobre o carácter de ninguém e por isso os homossexuais holandeses casam, adoptam crianças e formam famílias estáveis, saudáveis, económicamente produtivas, felizes e funcionais. Iguaizinhas às dos heterossexuais.

Aqui na República de Jesus olho à minha volta e vejo os homossexuais a serem insultados, acossados e perseguidos todos os dias, porque a Bíblia diz que os judeus (e os cristãos, pelo menos os que acreditam que o Antigo Testamento foi inspirado pelo Espírito Santo) os devíam apanhar e matá-los à pedrada.

Acho que Portugal - que tem um passado horrível: fascista, esclavagista, com inquisidores e autos de fé, pena de morte para o crime de apostasia (uma lei da Idade do Bronze!) até ao século XIX, etc. - devia tentar seguir o caminho da Holanda em vez de querer ser como o Texas (mas pobre e triste).

Acho que não devíamos andar aqui a dançar à volta do assunto: a homossexualidade é um pecado do Antigo Testamento que é perseguido por lei. Só isso.

6 comentários :

João Vasco disse...

Filipe,

Se não estou em erro, estás a confundir o Ricardo comigo.

Eu escrevi:

«Eu também costumava dar por adquirido que o Paulo Portas era homossexual, até compreender que não tinha nenhuma razão melhor para isso senão a popularidade do rumor de que assim é, que, convenhamos, é uma razão fraca.

Na verdade esse é um assunto que não me interessa muito, mas de qualquer forma deixei de dar isso por adquirido, e deixarei enquanto não tiver melhor razão.»

Asim sendo:

a) Concordo contigo que ser homossexual ou heterossexual é pouco importante. Aliás, escrevi isso mesmo.

b) Não disse que acho provável que Paulo Portas seja hetero. Disse que não sei, não faço ideia. Se a única razão que tenho que tenho para assumir a homossexualidade dele é um rumor, parece-me uma razão fraca. E como o assunto não me diz muito, não pretendo investigar o assunto. Passo bem sem saber a orientação sexual dele.

F. Penim Redondo disse...

Sou republicano, ateu e comunista (agora não filiado partidáriamente) desde há 45 anos.

Lamento desiludir mas não me parece que haja uma perseguição aos homossexuais na sociedade portuguesa.
As pessoas têm vindo, felizmente, a aceitar o fenómeno com naturalidade.
Claro que existem dixotes como em qualquer situação que saia da "normalidade" (como uma mulher considerada promíscua, por exemplo).
Mas esses mexericos nas costas das pessoas, como já aconteceu com Portas e com Sócrates, não passam disso mesmo:mexericos.
Se alguém for alvo de violências ou discriminação deve evidentemente queixar-se e terá todo o meu apoio.

O que eu acho preocupante é que hoje seja quase impossível ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo sem ser imediatamente alvo de todo o tipo de acusações e classificado como homófobo e raccionário. Os que reclama tolerância mostram-se bastante intolerantes.
Quando eu cresci, e mergulhei a fundo nos libertários anos 60, defender o casamento fosse de quem fosse é que era considerado reaccionário.

Ricardo Alves disse...

Filipe,
acho que realmente me confundiste (ou ao outro Ricardo) com o JV.

Ricardo Alves disse...

F. Penim Redondo:
conhece certamente os comentários que se fazem em qualquer meio (inclusivamente, profissional) sobre a homossexualidade masculina. Compreende certamente que isso não será agradável para os homossexuais realmente existentes. Para não falar das efectivas perseguições ao nível do emprego, dos insultos na rua, etc.

Quanto à questão de fundo que levanta: quer queira quer não, o casamento é necessário. Alguns sessenta oitistas defendiam que se poderia acabar com o casamento. Ingenuidade. Pense na transmissão da propriedade, ou na passagem da tutela dos filhos. Será fácil fazê-la sem casamento? Acho que não.

dorean paxorales disse...

"Mas eu sei que há homossexuais no PP (...)"

quem?, quem?? :)))

agora a sério, também já houve tempos em que sobre marcelo rs caia essa suspeita. nunca percebi pq.

mas mais valem essas piadas de caserna que a devassa hipócrita de outros países onde qualquer mija fora do penico é causa legítima para julgamento público e demissão.

Filipe Castro disse...

Ohohoh! Não sou eu que vou aqui desatar a contar histórias sobre a vida sexual dos ilustres cavaleiros defensores da família e dos valores tradicionais...