Na fatídica Agência Ecclesia, encontra-se um texto de Sarsfield Cabral que repete a argumentação habitual de uma ICAR subitamente à beira de um ataque de nervos.
- «há quem não tenha percebido a diferença entre uma saudável laicidade do Estado, que até torna a Igreja mais livre na sua esfera de acção, e um laicismo tendencialmente totalitário, que, sob uma pretensa neutralidade, visa impor a toda a sociedade uma determinada concepção da vida, da pessoa e da moral»
Ninguém percebeu a diferença porque ela não existe. Ou melhor: só existe mesmo nas cabecinhas clericalistas. «Laicismo» é a teoria; «laicidade» é a práctica. Qual é a dúvida? E quem é que impõe o quê, quando se tenta criar um espaço neutro em que se possa concordar e discordar?
- «por vezes vemos reacções negativas quando dirigentes da Igreja tomam posições sobre leis que ferem a visão cristã do mundo – leis do aborto, do divórcio, etc.»
Bom. Se tomam posições política em público, não se queixem das reacções. Quando eu defendo uma ideia qualquer, não peço para não ser criticado. Pelo contrário, peço que me critiquem. Não podem esperar tomar posições polémicas, minoritárias e mal fundamentadas, e depois não serem criticados. É assim em qualquer sociedade aberta. Habituem-se.
6 comentários :
Já que pede… eu não percebo: se não percebem porque não querem perceber ou porque não conseguem perceber.
O que FSC explica aqui não é a questão de as posições da Igreja poderem ou não poderem ser criticadas é a questão de criticarem o Clero não pelas suas opiniões mas por terem opinião.
O que se pretende no último caso é coarctar a liberdade de expressão do clero e não criticar as suas posições.
Francisco Múrias,
FSC queixa-se de haver «reacções negativas» às tomadas de posição da bispalhada. Não se queixa de «coarctarem a liberdade de expressão». As reacções negativas ao que a ICAR diz são normais e naturais. Esperar que não haja reacções negativas é que é completamente espatafúrdio.
Não percebo o seu ódio e falta de respeito pelo padres .
O sr ou não sabe ler português ou está a fingir que não sabe :
• «por vezes vemos reacções negativas quando dirigentes da Igreja tomam posições sobre leis que ferem a visão cristã do mundo – leis do aborto, do divórcio, etc.»
As reações negativas são quando a Igreja toma posições e não às posições da Igreja
Francisco Múrias,
não há diferença. As reacções não são ao «quando», são ao conteúdo das posições da ICAR, que estão desfasadas do sentir social, como alguns bispos portugueses já vão reconhecendo. Portugal é cada vez mais um país secularizado com um regime que tem resquícios de confessionalismo de Estado. Acreditar que os resquícios vão ficar é estultícia.
Passe bem e não se engasgue com a óstia.
O que está em questão é o que FSC escreve. Ele queixa-se de haver reacções negativas quando a Igreja toma posições e não das reacções negativas às posições da Igreja.
E já agora, hóstia é com H
«Ele queixa-se de haver reacções negativas quando a Igreja toma posições e não das reacções negativas às posições da Igreja».
;)
Habituem-se. Com «h». ;)
Enviar um comentário