quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ao Directório o que é do povo

  • «Francisco Louçã acusou o primeiro ministro de "confiscar" o que foi prometido a todos os portugueses, o direito de votarem em referendo. Louçã afirmou ainda que o tratado quer uma "Europa diminuída e autoritária", com "o liberalismo mais agressivo" a vingar, como se vê na troca do "direito ao emprego" pelo "direito a procurar emprego", uma política que o governo português prossegue com a revisão do código de trabalho.» (Esquerda.Net)
  • «"Nunca se esqueça que a soberania é do povo e que o povo há-de pedir a reposição dessa soberania", considerou Jerónimo de Sousa. O líder comunista defendeu também que Portugal "transfere para Bruxelas a gestão dos recursos biológicos marinhos". (...) A perda de soberania seria ainda um tema focado pelo socialista Vitalino Canas: "Os poderes que são transferidos para as instituições da UE não se perdem, apenas se transformam: passam a ser exercidos em comum".» (Diário de Notícias)

Suave, suavemente, a soberania vai passando dos cidadãos para os governos do Directório (Alemanha, França, Reino Unido e Itália). Dizem que é «exercida em comum». Na realidade é exercida por outrém. Um dia acordaremos com o parlamento português transformado numa mera câmara ratificadora das decisões de Bruxelas. E então os cidadãos reclamarão a soberania que lhes retiraram e que lhes pertence. Esperemos que não doa muito.

11 comentários :

no name disse...

lá está, se tivessem olhado para o outro lado do atlântico, como tanto gostam de fazer noutras ocasiões, nada disto acontecia e nas próximas europeias votávamos não só para um parlamento mas também para um senado... (e não sendo a europa uma federação, ainda se podia eleger um dos senadores presidente da comissão, que era uma forma muito democrática de por o zé manel noutro lado qualquer).

Anónimo disse...

e espero que um dia próximo possamos ajustar contas com esta gente(traidores e ladrões ) e edificar um Estado de gente decente em que não haja mais pobreza material e espiritual!

Filipe Castro disse...

Vou comprar! Obrigado!

Filipe Castro disse...

E o pior é que ninguém nunca sabe o que os cleptocratas de Bruxelas decidem até ser tarde demais. A directiva Bolkesein, por exemplo. Mesmo os deputados de esquerda estão afastados dos seus países e, não tendo de dar contas a ninguém, vão amolecendo as convicções ao sabor das regalias, dos contactos que têm com as pessoas ricas e influentes que passeiam pelos corredores do poder. A democracia do pos-guerra acabou.

Francisco Múrias disse...

Em dia de coisas europeias a Igreja também é isto:
Edith Theresa Hedwing Stein (Breslau, 12 de Outubro de 1891 — Auschwitz, 9 de Agosto de 1942) foi uma religiosa alemã, a última de onze irmãos de uma família judia que professava o Judaísmo. Seus pais judeus foram Siegfried e Augusta Courant Stein. Faleceu, aos 51 anos, asfixiada, numa câmara de gás, a 9 de Agosto de 1942, no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia. Foi professora de Filosofia, sendo discípula de Edmund Husserl (Fenomenologia) e secretária particular desse filósofo.
Quando menina e adolescente, não obstante os pedidos de sua mãe em professar a fé judaica, ela qualificava-se sempre de ateia. Contudo, acompanhava a mãe à sinagoga mais por delicadeza do que por convicção religiosa, passando o tempo a distrair-se e olhando para quem entrava e saía.
Pelos seus 30 anos, passando as suas férias grandes em casa de uns amigos na Baviera, no Outono de 1921, veio-lhe par às mãos a autobiografia de Santa Teresa de Ávila, intitulada «Livro da Vida». Ficou tão encantada que acabou por ler o livro completo, durante toda a noite. Depois disse: “Aqui está a verdade!”. Comprou um catecismo católico e um missal e entrou, pela primeira vez, num templo católico, participando na Missa. Após algum tempo de preparação, recebeu o Baptismo, aos 31 anos, no dia 1 de Janeiro de 1922. A família, profundamente desgostada, cortou, durante algum tempo, relações com ela.
Aos 42 anos, em Setembro de 1933, Edith comunica à mãe a entrada próxima na vida religiosa da Ordem Carmelita Descalça, ingressando no Carmelo a 15 de Outubro de 1933, tomando o nome de Teresa Benedita da Cruz. Por licença especial das suas superioras, escrevia todas as semanas à mãe, sem obter qualquer resposta, até que, por fim, recebeu um bilhete da mesma.
Para escapar à perseguição nazista, fugiu em 1940 da Alemanha para os Países Baixos. Mas quando esta nação foi ocupada pelos nazis, Edith foi presa com a sua irmã. Saiu do convento de hábito carmelita que continuou a usar no campo de concentração, oferecendo a sua vida, como ela disse, pela conversão ao Catolicismo do povo hebreu. O seu número de prisioneira era o 44070.
Pelo seu heroísmo cristão, no dia 1 de Maio de 1987, foi beatificada por João Paulo II em Colónia e, a 11 de Outubro de 1998, foi canonizada pelo mesmo papa, sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz, ou apenas Teresa da Cruz.
No dia 1 de Outubro de 1999, o Papa João Paulo II, numa carta apostólica em forma de ‘motu proprio’ intitulado «Spes aedificandi», proclamou Santa Benedita da Cruz, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Catarina de Sena, co-padroeira da Europa pelo particular contributo cristão que outorgou não só à Igreja Católica, mas especialmente à mesma sociedade europeia através do seu pensamento filosófico. A sua celebração litúrgica, na forma de festa, na Igreja Católica, é no dia 9 de Agosto de cada ano.

Ricardo Alves disse...

Francisco Múrias,
neste blogue os comentários publicitários, por norma, são apagados. Tome nota desse facto e proceda em conformidade. Recordo-lhe que este blogue não é a sua casa.

Francisco Múrias disse...

Eu ainda me passou pela cabeça que o Sr era um espírito aberto, que estavas interessado em aprender mais qualquer coisa, conhecer pontos de vista diferentes do seu .

Por isso é que estive aqui a perder o meu tempo consigo

Mas não. O Sr quer continuar a permanecer na ignorância e no obscurantismo. Quer falar sozinho ou com quem lhe disser que sim com a cabeça.

O Sr não quer debater quer afirmar aquilo que vê do seu buraco da sua fechadura convencido que vê o mundo todo .

Fala da Igreja como se a Igreja se limitasse no tempo e na acção à meia dúzia de anos da Guerra Civil de Espanha e à Inquisição.

Mandei-lhe a vida de Santa Teresa Benedita da Cruz para o sr ver que quase ao mesmo tempo que decorria a Guerra de Espanha a Igreja estava presente com esta mártir no campo de Auschwitz.

Mas não o sr já sabe tudo, conhece a Santa de gingeira

Chama-lhe publicidade . Para si a vida de um mártir num campo de concentração e um anuncio da Coca Cola light é a mesma coisa.

O Sr não quer saber. É feliz na sua ignorância iluminada .
Como dizia o outro o sr até tem algumas luzes .
Estão é muitas fundidas.

Ricardo Alves disse...

Sr. Francisco Múrias,
eu não me vou converter ao catolicismo (nem a qualquer outra seita, do islão à cientologia), e a vida dos «santos» da ICAR não me interessa. Quando quero estudar a história das relações Estado-igreja, ou a evolução das religiões, ou a teologia desta ou daquela religião, tenho as minhas próprias fontes. As suas não me interessam.

O artigo a que esta caixa de comentários está ligada é sobre o último tratado da união europeia. A vida da sua santinha vem aqui completamente a despropósito. É puro proselitismo, portanto. Eu também não vou ao seu blogue despejar textos sobre a vida de Jean Jaurés ou de Tomás da Fonseca. Portanto, se tem noções mínimas de comportamento social, entenderá porque afirmei que os seus textos copy/paste não me interessam...

Mas deixe-me acrescentar que registo com agrado que se situa em oposição ao nazismo. Com mais algum tempo de permanência nas caixas de comentários deste blogue, quem sabe não se tornará um antifascista, quiçá mesmo um democrata (o que ninguém adivinharia vendo o seu blogue).

Passe bem e reze muito antes de dormir.

P.S. Em 1942 a guerra de Espanha já tinha terminado.

Francisco Múrias disse...

Continue a espreitar pelo buraco da fechadura mas não se esqueça disto que lhe vou dizer :

No dia em que estiver só, impotente para resolver o que a vida lhe vai pôr na frente, deseperado, não se esqueça que a Fé é um dom que só a tem quem a pede e a Esperança a virtude que esta lhe dá.

Não se esqueça destas palavras do mesmo Evangelho que estava em debate:


« Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o
que quiserdes, e assim vos acontecerá.»

Ricardo Alves disse...

Francisco Múrias,
pode acreditar à vontade que tem uma pepita de ouro de 1 metro cúbico enterrada no quintal (ou escondida na parede do apartamento). Mas não me tente convencer de que seria melhor para mim acreditar nisso. Eu prefiro encarar a vida como ela é.

Anónimo disse...

As nações são empecilhos históricos a uma organização racional da humanidade. A aproximação dos países da UE permitirá suprimir algumas ficções, melhorar a qualidade de vida de milhões e ser um motor de desenvolvimento material e abstracto para todos os homens.
A Itália, a Alemanha, os EUA, o Brasil e a Espanha são só alguns exemplos em que o centralismo não anula a autonomia regional.
Sinceramente, os EUA são dos piores exemplos políticos que a Europa pode escolher: é um sistema constitucional do menos democrático, menos transparente, menos juridicamente positivista e que permite menos controlo e fiscalização.
Discutindo brevemente a sugestão de um senado europeu, não posso deixar de considerar o sistema bicameral um enviesamento parlamentar; que aliás nasceu da necessidade de criar uma câmara para a aristocracia.
Por muita nostalgia e admiração que se tenha pela Iª República, não se pode deixar de reconhecer o quanto desvantajosa foi a adopção do sistema bicameral: diversas vezes houve partidos com maioria numa câmara e sem maioria na outra (lembre-se do 1º Governo de Afonso Costa), e as atribuições das câmaras estavam mal definidas assim como as situações em que as matérias eram votadas por todo o congresso...
O parlamento não pode ter uma câmara mais digna que outra (alta e baixa; dos lordes e dos comuns), o parlamento de uma república deve representar todo o povo e por isso exercer uma soberania indivisa.