Mas eu li isto num dos meus blogs preferidos (wehavekaosinthegarden):
"(...) A crise mundial do capitalismo global está aí, (nem era necessário ser economista para ver que esta globalização acabaria por alastrar a pobreza e arrasar com os mercados), o petróleo já quase batei nos 120 dólares por barril, o dólar afunda-se, os preços das matérias-primas e dos alimentos não para de subir assim como os juros. O desemprego aumenta e a única coisa que desce é o nosso poder de compra com os salários as não acompanharem a inflação (nem a mentirosa, onde metem montes de produtos supérfluos só para esconder a realidade, porque a verdadeira, a que tem a ver com o mais importante que é a alimentação, dessa nem vale a pena falar)."
E eu - certamente ferido do pessimismo atávico dos esquerdistas - concordo plenamente: o capitalismo tem de ser regulamentado senão acaba SEMPRE por acelerar desenfreadamente e apontar à primeira parede, como a história demonstra até à exaustão. Cada vez que o mundo cai nas mãos de um cartel de gananciosos as coisas acabam em crises gigantescas.
Vem um artigo na Harper's deste mês que explica que se o cabaz que se usa nos EUA para determinar a inflação incorporasse a energia e os bens alimentares, os EUA - esse milagre económico dos monetaristas - tinham neste momento 9% de inflação (e quase 10% de desemprego).
Roger Ailes, o presidente da máquina de propaganda FOX "News" Channel, que organizou o golpe de estado que levou Bush ao poder em 2000, passa os dias a repetir a máxima pós-moderna: "nós fazemos a realidade americana; se não reportarmos um acontecimento, será que ele aconteceu?"
Agora parece que a realidade está, devagarinho, a bater-lhes à porta...
Mas não nos devemos precipitar a julgar esta situação em termos apocalípticos antes de ouvirmos os nossos sábios do costume: Z.M. Fernandes, J.A. Saraiva, Pacheco Pereira, ou talvez mesmo João Carlos Espada tenha alguma notícia de Oxford que nos permita adquirir uma compreensão mais profunda da situação.
Ou talvez César das Neves e o Dr. Arroja nos possam explicar este fenómeno em termos duma vingança de Deus (uma manifestação da Sua infinita bondade) por causa da promiscuidade dos homens-sexuais, da imoralidade das mães assassinas de bébés, ou da falta de um Salazar que metesse os liberais, destruidores da família, na ordem?
Esperemos pelo próximo número da revista Atlântico!
10 comentários :
Pensei que a "Atlântico" ia acabar, visto que o BCP (que era quase o único financiamento que tinham) saiu das mãos da Opus Dei.
:o)
...mas então? ...e o mercado?! Não imaginava que o orgão oficial do neo-liberalismo era subsídio-dependente! Como é que uma coisa destas pode ser?
Estive a ver o blogue deles e parece que a «Atlântico» acabou mesmo. Ou a crise já chegou à Opus, ou então o BCP fartou-se de perder dinheiro...
...eu continuo deliciado! O bastião do capitalismo selvagem dependia miseravelmente de subsídios para respirar! :o) Ohohoh!
Ninguém queria anunciar no pasquim deles?
Que maravilha: isto é como um Jeová a receber transfusões e mais transfusões e a comer morcelas e papas de sarrabulho ao almoço e ao jantar, e depois a dizer-nos que se tocarmos em sangue vamos para o Inferno. :o)
Queria-lhes perguntar porque é que acabou a revista Atlantico e nao consigo encontrar nenhum blog de direita. Foram todos underground?
http://atlantico.blogs.sapo.pt/1239918.html
A atlântico acabou. O sr Paulo pinto de patranhas parece que ainda anda a vender peixe para conseguir que alguém os subsidie.
"visto que o BCP (que era quase o único financiamento que tinham) saiu das mãos da Opus Dei."
Nao, nao, descobriram que a maioria dos ecribas eram perigoamente ateus
escribas, ofe córse
Anónimo: nem você sabe da missa a metade( nem eu).
Mas posso-lhe dizer que um dos escribas, em 1982, fazia umas tristes figuras de esquerda, numa escola dos arredores de Lisboa.
Era ligado ao PS e tudo...
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