...e de um comentário pio sobre "ramos cortados e queimados" por Deus, lembrei-me do discurso de Millán Astray em 1936:
"¡Cataluña y el País Vasco, el País Vasco y Cataluña, son dos cánceres en el cuerpo de la nación! ¡El fascismo, remedio de España, viene a exterminarlos, cortando en la carne viva y sana como un frío bisturí!"
O José Estaline também adorava esta metáfora - e os comunistas usaram-na contra os membros da FAI.
Gostos não se discutem, mas eu prefiro a resposta de Miguel de Unamuno:
"Acabo de oír el grito negrófilo de "¡Viva la muerte!". Esto me suena lo mismo que "¡Muera la vida!". Y yo, que he pasado toda la vida creando paradojas que provocaron el enojo de quienes no las comprendieron, he de deciros, con autoridad en la materia, que esta ridícula paradoja que me parece repelente. Puesto que fue proclamada en homenaje al último orador, entiendo que fue dirigida a él, si bien de una forma excesiva y tortuosa, como testimonio de que el mismo es un símbolo de la muerte. ¡Y otra cosa! El general Millán Astray es un inválido. No es preciso decirlo en un tono mas bajo. Es un inválido de guerra. También lo fue Cervantes. Pero los extremos no sirven como norma. Desgraciadamente hay hoy en día demasiados inválidos, Y pronto habrá más si Dios no nos ayuda. Me duele pensar que el general Millán Astray pueda dictar las normas de psicología de las masas. Un inválido que carezca de la grandeza espiritual de Cervantes, que era un hombre, no un superhombre, viril y completo a pesar de sus mutilaciones, un inválido, como dije, que carezca de esa superioridad de espíritu, suele sentirse aliviado viendo como aumenta el numero de mutilados alrededor de él (...) El general Millán Astray quisiera crear una España nueva, creación negativa sin duda, según su propia imagen. Y por ello desearía una España mutilada..."
15 comentários :
Ora aqui está um exemplo de quem acabou por execrar os dois lados da contenda.
se me permites, Filipe, aconselho este livro. O melhor que já li sobre o assunto.
Vou comprar! Obrigado!
E já agora se estiver interessado compre também "os mitos da guerra civil" de Pio Moa.
«de um comentário pio sobre "ramos cortados e queimados" por Deus»
Nisto, o que eu acho piada, é que os srs lêem a a Biblia da mesma forma que os fanáticos religiosos : literalmente
E os preceitos sobre o «amor cristão»? Esses já são para ler literalmente?
Cada um lê a Bíblia da maneira que quer.
Só constatei que a sua maneira de interpretar a Biblia é a mesma do que a dos fanáticos religiosos.
O Sr leu isto:
«Esses são apanhados e lançados ao fogo, e ardem.»
-Eh Eh Eh « isto é bom para queimar alguém» - pensou o Sr esfregando as mãos de contente. Já vou lixa-lo com esta. Eh Eh Eh sou muita esperto.
A mim nem me passou tal coisa pela cabeça.
Princípios diferentes sem dúvida
(E já agora , se quer usar o lápis azul use-o nos comentários de outro post que eu enganei-me e coloquei lá esta resposta )
Acho que o Francisco já utilizou o seu próprio lápis azul na outra caixa. Eu não apaguei nada.
Caro Francisco Múrias,
Acho que a violência e o fogo não são metáforas na história da ICAR...
Ainda há poucos anos a ICAR apoiou ACTIVAMENTE a tortura e a violação de estudantes na Argentina como formas de luta contra o ateísmo comunista.
A Igreja,ao contrario do Bloco de Esquerda,foi feita para os pecadores e está cheia deles.
Francisco Múrias,
esses elogios ao Bloco de Esquerda são surpreendentes, vindos de quem vêm.
Francisco Múrias: estamos de acordo!! Não digo mais nada. Faço minhas as suas palavras: "A Igreja foi feita para os pecadores e está cheia deles." E diria mais: 'A Igreja é há mil anos o braço armado deles!"
Se em matéria de fé não podemos concordar - eu adoro não acreditar que haja um ditador, mesmo benigno e bem intencionado no céu - e em matéria de doutrina só parcialmente (acho o Antigo Testamento um texto abominável, escrito por um grupo de pessoas abomináveis), concordo consigo que a sociedade poderia aprender muito com muitas das ideias contidas no Novo Testamento.
O problema é que a ICAR é uma máquina burocrática que não se interessa muito por estas coisas. Tem outras prioridades mais importantes, relacionadas com a ganância, a preguiça, a vaidade, a luxúria, a ira, a gula e a arrogâcia da hierarquia.
:o)
O Sr tem um preconceito contra a Igreja e um desconhecimento da História que o impede de ver a realidade.
A Igreja durante muitos séculos foi o grande grupo de pressão pela paz .Na idade média não havia exércitos permanentes, não se podia combater aos domingos, durante a Quaresma, nos dias santos, durante as colheitas e as sementeiras .Pouco tempo sobrava para o combate. Essas bulas eram pensadas para impedir a guerra.
Por isso as guerras duravam 100 anos. Pouco se combatia.
Até à reforma o direito divino era um passivo do poder- diz um dos maiores pensadores contemporâneos, Bertrand de Jouvenel - quer dizer: o poder só tinha legitimidade se obedecesse a Deus
A frase de S. Paulo que diz que todo o poder vem de Deus foi usada pela Sociedade durante séculos não para obrigar os súbditos a obedecer ao poder mas para obrigar o poder a obedecer a Deus.
A partir da Reforma, atingindo o seu ponto mais alto no Absolutismo, passou a ser um activo. Passou a ser usado já não para obrigar o rei a obedecer a Deus mas para obrigar os povos a obedecer ao Rei. O Rei passou a ser o soberano Se o poder vinha de Deus então o dirigente podia fazer o que lhe passasse pela cabeça passando a ser não um homem com a obrigação de obedecer a Deus mas ocupando o lugar de Deus.
:o) as coisas não foram nada assim. O movimento da Paz de Deus que refere não aparece até ao ano mil e desaparece no século XIII. De qualquer forma, TODAS as iniciativas moralizadoras da igreja acabaram violentamente - os Cátaros, os fraticelli, a Reforma, etc. - excepto o movimento franciscano, em parte porque foi corrompido pouco depois de se formar, e em parte porque Francisco de Assis era rico e tinha relações.
Nos últimos mil e quinhentos anos contam-se pelos dedos as boas acções da igreja que tivera origem em Roma.
Quando não há divisão entre o poder politico e o poder religioso todas as acções do poder politico baseadas na religião são imputadas ao poder religioso. A Igreja não é só Roma
A Igreja somo nós todos os baptizados.
As guerras religiosas são um problema politico
Portugal fez-se contra Roma e no entanto isso não impediu que Portugal seja um país católico. A Restauração fez-se contra Roma e isso não impediu que Portugal seja um país católico. Roma foi um dos maiores inimigos de Portugal durante a guerra do Ultramar e isso não impede que eu seja católico. (se quer saber mais sobre este assunto leia o livro «De Salazar a Costa Gomes» de Manuel Maria Múrias(meu pai) para ver como um católico pode ser contra a politica de Roma
O Papa é infalível em matéria de fé mas não o é em matéria politica.
Não confunda a politica de Roma com a religião. O Vaticano é um Estado soberano e o Papa para alem de ser o líder religioso de todos os católicos é também o líder politico do Estado do Vaticano e tem que fazer politica para proteger os interesses políticos do fenómeno religioso. O Vaticano sempre apoiou os timorenses de forma tímida porque estava em jogo a politica na Indonésia.(proteger os católicos indonésios).
Só devo obediência ao Papa em matéria religiosa. Se o Papa para proteger interesses da Igreja Espanhola ou do Clero Português decidir apoiar a União Ibérica eu sou contra o Papa e não passo a ser menos católico por isso. Se o Papa decidir apoiar uma Federação Europeia eu sou contra o Papa.
Eu devo obediência ao catecismo não às ideias politicas de Roma (embora, neste momento, concorde com as ideias politicas do Vaticano).
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