A circuncisão é praticada por pessoas de duas comunidades religiosas originárias do Médio Oriente. Por ser dogma dessas duas religiões, aceita-se na Europa que cortar parte da pele do pénis das crianças do sexo masculino, sem razões médicas, não seja crime. Nunca compreendi porquê: a paternidade (ou a maternidade) não podem, em qualquer sociedade civilizada, dar o direito aos pais de cortar partes dos corpos dos filhos. E se se trata de um dogma religioso tão importante, que esperem que as crianças tenham idade para dar o seu consentimento informado (lá para os dezasseis anos, por exemplo).
Felizmente, o assunto começa a ser debatido. Na Alemanha, um Tribunal de Colónia deliberou que o direito de uma criança à sua integridade física era mais importante do que os direitos dos pais. Na Noruega, discute-se a proibição pura e simples, e na Holanda há um apelo nesse sentido de uma associação médica.
Evidentemente, não vão tardar os gritos de «islamofobia» e «anti-semitismo» daqueles que acham que a «religião» e a «cultura» têm direitos sobre os corpos de crianças que nem idade têm para compreender o que lhes estão a fazer.
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
13 comentários :
Mas, de um ponto de vista mais pragmático, as crianças sofrem com isso? Existem queixas consideráveis? Vamos legislar sobre o acto de furar as orelhas também?
Eu acho que o argumento do respeito da integridade física tem lógica, mas julgo que tem que haver um problema a resolver. E para sermos justos então teríamos que legislar sobre a alimentação das crianças que tem péssimos e visíveis impactos na integridade física (saúde) das mesmas. Não concordas?
Presumo que o Ricardo Alves também defenda que os pais não possam mandar cortar o cabelo e as unhas dos rebentos dado que também são partes do corpo. Está contra porque é um "dogma religioso".
O problema é que a OMS considera a circuncisão como um meio suplementar de prevenir e reduzir o risco de transmissão heterossexual do vírus da SIDA.
http://www.publico.pt/Sociedade/oms-aprova-circuncisao-masculina-como-meio-adicional-de-prevenir-a-transmissao-do-virus-da-sida-1289634
http://www.who.int/bulletin/volumes/86/9/08-051482.pdf
Existem queixosos. Por exemplo, estes:
http://www.nocirc.org/
http://boysdeservebetter.tumblr.com/
http://www.thewholenetwork.org/
Quanto ao argumento da alimentação das crianças: será legal administrar heroína a crianças? Honestamente, não tenho tempo para verificar se haverá legislação aplicável. Mas seria razão suficiente (e justíssima) para retirar crianças do cuidado dos pais. Quanto a gorduras e glicoses, não exageremos. E isto é válido para os pais também.
Que eu saiba, as crianças não têm, regra geral, relações sexuais consentidas. Muito menos relações de risco. Mas se os rapazes considerarem, aos dezasseis anos ou depois, que a circuncisão pode proteger de doenças venéreas melhor que um preservativo, o corpo é deles. Antes é que me parece uma decisão prematura.
E note, caro António Parente, que se defende a circuncisão por razões médicas, então terá que a defender para toda a população masculina. Não apenas para os seguidores da religião A ou B.
Quanto ao cabelo e às unhas, sempre pensei que crescessem depois de cortados. Está a dizer-me que, à semelhança do prepúcio, não voltam a crescer? Nunca dei conta disso...
Mais queixosos:
http://www.mendocomplain.com/
nã têm adevias ter dito isso aos dois putos de 12 anos que pegaram clamídia a sete outros putos de sexos vários dos 11 aos 16...bom a de 16 teoricamente forçou o puto de 12 quainda era menor e tinha por all cunha o ciganito
e já agora a maioria das circuncisões por essa europa fora de mininos e outros putes é da comunidade africana
os restantes são casos médicos
praticados por médicos semitas
o anti-semitismo é muito feyo alves dos reis
na papua nova guiné e os selvagens da amazónia também o fazem
dizem que a prática reduz o nº de infecções
mas quem é que acredita em banqueiros judeus que querem conquistar o mundo
e em profetas árabes que querem o mesmo
já os outros mil milhões que o fazem
são pretos pá...não evoluíram como voçês repubicanos e laicos
Caro Ricardo Alves
O pénis também cresce e o prazer sexual não parece diminuir com o corte duma pequena parte da pele do pénis. Há preceitos religiosos que têm por base algum empirismo. Por exemplo: lavar as mãos antes de comermos. Não sei se o Ricardo Alves o faz ou se não o faz por ser um costume antigo dos fariseus, mas parece-me que mãos sujas e comida não combinam muito bem.
A circuncisão masculina pode ter origem em alguns problemas que os antigos tenham observado (descritos hoje na literatura médica) e que os tenha levado a erigir em costume religioso. Hoje, com o avanço da medicina, já não se justificará em larga escala e deverá ser decidida caso a caso. Mas partir para uma proibição na lei só para dar corpo a preconceitos religiosos extremistas, não estou de acordo.
Saudações republicanas,
Saudações Republicanas
António Parente,
podemos então concordar em que cada indivíduo decida cortar ou não quando tiver idade para tomar uma decisão dessas?
Ricardo Alves,
Não, não concordo consigo. Em recém-nascidos, parece-me que existe consenso médico para que não seja efectuada, excepto em casos excepcionais. Durante a infância e puberdade os pais devem acompanhar o desenvolvimento físico dos filhos e alguns imponderáveis que surgem devem ter aconselhamento médico. Se deixa a decisão para quando surja a idade adulta levará a situações em que os filhos acusem os pais ou o Estado de omissão ou negligência na vigilância da sua saúde, devido aos preconceitos religiosos.
Se quer chegar a acordo comigo, então aqui vai: ambos estamos de acordo na proibição da circuncisão genital feminina porque causa danos irreversíveis na vida sexual das mulheres e não evita problemas como a circuncisão masculina poderá evitar (há correntes médicas que discordam das vantagens da circuncisão masculina, acrescente-se). Se quer uma lei para a proibir, tem o meu apoio.
Saudações republicanas,
Se bem compreendi, teria o seu apoio para a proibição da circuncisão efectuada a menores sem razão médica?
Compreendeu mal. Não teria o meu apoio porque tenho uma posição de princípio: não apoio leis que se baseiem em preconceitos anti-religiosos. Além disso, a informação científica que vejo publicada não considera que a circuncisão masculina cause danos à saúde dos circundados.
viva a res púbica púdica maçónica y laica como a cadela astronauta
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