quinta-feira, 28 de abril de 2011

Solidariedade com os republicanos britânicos

A monarca do Reino Unido, que não foi eleita e tem um mandato vitalício (como os ditadores, mas sem ter lutado por ele), pode dissolver o Parlamento quando quiser, nomear o Primeiro Ministro que quiser, e vetar toda a legislação parlamentar. Os «poderes da Coroa» conferem ao governo, e não ao Parlamento, a prerrogativa de assinar Tratados, declarar guerra, mudar os contratos de trabalho dos funcionários públicos, e dar e tirar passaportes (cidadania!). Todas estas são excelentes razões para recordar porque se é republicano, contra a produção mediática que nos próximos dias tentará obscurecê-las (e quando a monarquia tem uma popularidade decrescente na Europa).

Quem estiver em Londres não se esqueça que amanhã haverá uma festa republicana. E não é por uma rapariga sorridente ir abdicar formalmente do seu direito a converter-se ao catolicismo...



Bónus: «God save the queen» (Sex Pistols, 1977)

13 comentários :

João Vasco disse...

A principal razão para ser contra a Monarquia é porque ela é fundamentalmente incompatível com a igualdade dos cidadãos perante a lei; e esse é o alicerce fundamental da Democracia - sou democrata por acreditar na igualdade perante a lei, e não o contrário.

Bem sei que Espanha, o Reino Unido, etc são, na prática, Democracias. Tal como podem existir casas construídas sob alicerces defeituosos.

Mas acredito que o princípio da Igualdade tem de ser sólido, e a Monarquia não consegue deixar de ser uma afronta a este princípio.

Ricardo Alves disse...

João Vasco,
não é só a questão da igualdade dos cidadãos. É também os mandatos serem limitados no tempo: terem duração definida e número máximo. Eu acrescentaria que a República também é os mandatos serem revogáveis - no sentido de todos poderem ser exonerados do seu cargo (até o Presidente, se existir).

O caso do Reino Unido é também particularmente mau entre as democracias por não existir Constituição escrita e sistematizada.

João Vasco disse...

De acordo.

Anónimo disse...

Dog shave the Queen

dorean paxorales disse...

percebo mal ou o texto parece preferir um ditador à rainha de inglaterra por esse até ter "lutado" pelo seu "mandato"?

Ricardo Alves disse...

Provocação rasca, Dorean. Sabes bem qual é a resposta...

dorean paxorales disse...

a provocação rasca foi comparar a rainha com um ditador. nas tuas palavras, a minha reação só podia ser pavloviana...

Ricardo Alves disse...

«Provocação rasca»?!

Ela tem em comum com Kim-Jong Il e Raul Castro o ter herdado a chefia de Estado por afinidade biológica e não por votação popular, e ter um mandato sem limite temporal. Tem lá paciência, mas monarquia não é democracia.

dorean paxorales disse...

então não, tem tudo a ver. e a manif de 1 milhão hoje em londres terá sido mandada a toque de baioneta como as dos famélicos de pionguiangue.

Anónimo disse...

Castro tem atenuante... pois Cuba vive sendo acuada pelos EUA. Se for colocar outor no poder lá que não seja ninguém de Miami... pois um cubano de Miami é tão patriota quanto um francês de Vichy

Ricardo Alves disse...

Qual «um milhão»?!

Tu acreditas na polícia que é paga a horas extraordinárias para lá estar e tem interesse em inflacionar os números?

Eduardo Pinto disse...

@Ricardo

Não querendo estar a fazer a apologia de regimes monárquicos ou aristocŕáticos devo no entanto referir que a Inglaterra foi precursora de várias instituições de cariz democratizante, nomeadamente a Magna Carta no século treze e a camâra dos comuns no século catorze.Poderiamos também falar nas teses liberais de Locke e Bentham, das liberdades individuais e a auto-determinação do indivíduo e que ajudaram a moldar a primeira grande democracia da idade moderna os E.U.A.

Ricardo Alves disse...

«Foi», pretérito perfeito. Hoje, está longe de ser um exemplo de democracia.