terça-feira, 15 de maio de 2007

Revista de blogues (15/5/2007)

  1. «Há razões para pensar que o urbanismo, ou seja, o planeamento da construção de bairros, urbanizações e loteamentos nas cidades e vilas, e da respetiva arquitetura, são tarefas que seriam melhor efetuadas pelo Estado (isto é, pelos municípios). Os bairros mais agradáveis e bem planeados que a cidade de Lisboa (de que falo por melhor a conhecer) dispõe, como o bairro do Arco do Cego ou o bairro de Alvalade, são o resultado de urbanismo feito pelo Estado. O Estado (o município de Lisboa) expropriou os terrenos que hoje formam esses bairros, planeou o traçado das ruas, a altura e tipologia dos prédios, e a sua arquitetura, e depois vendeu as terras a construtores privados para que eles levassem a cabo a construção e posterior venda das casas. O contraste entre urbanismo feito pelo Estado e urbanismo feito por privados é particularmente visível no bairro de Telheiras. Telheiras é constituída por duas partes: a parte a Oriente do Eixo Norte-Sul, que foi urbanizada pela Empresa Municipal de Urbanização de Lisboa (EPUL); e a parte a Ocidente desse Eixo, que foi urbanizada por diferentes privados. Assim, a Oriente do Eixo Norte-Sul, temos um bairro com ruas suficientemente largas, prédios razoavelmente baixos, uma arquitetura com ligeiras variações dentro de um padrão uniforme, e uma zona comercial claramente delimitada; na parte urbanizada por privados, as ruas são insuficientes para a altura dos prédios, os prédios são demasiado altos, as arquiteturas são contrastantes em cores e volumetrias, a densidade de construção é abusiva, e não há zonas comerciais evidentes.»O urbanismo é tarefa do Estado?», no Blogue Liberal Social.)
  2. «O país está finalmente a concluir que José Lello, esse pilar da nossa engenharia (hidráulica, electrotécnica, mecânica?), da política socialista, da nossa administração pública e privada e da política externa, das comunidades portuguesas e da culturalidade desportiva, aquém e além-mar, está ainda manifestamente sub-aproveitado. Apesar de já muito ajoujado como gestor e administrador de empresas, dirigente desportivo, deputado, administrador da AR, Presidente da Assembleia Parlamentar da NATO e, ainda, responsável pelo Departamento de Relações Internacionais do PS. Pelo menos. A verdade é que José Lello se aplicou ao longo dos anos, na aparelhagem socialista e do Estado, a desenvolver múltiplos talentos empilhadores que «in illo tempore» o terão feito (dizem-me) vendedor na «Catterpillar»: evidencia hoje total descontracção no accionamento em simultâneo de várias "expertises" - da promoção de qualquer banha-da-cobra, à penetração do submundo futebolistico, passando pela gestão contabilistica criativa de campanhas eleitorais «off-shores». E ainda demonstra apurado faro no “head hunting” de representantes socialistas e consulares devidamente encartados no Jogo do Bicho ou engenharias similares.» («O Jogo do Bicho», no Causa Nossa.)

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