quarta-feira, 16 de maio de 2007

Revista de blogues (16/5/2007)

  1. «A criação de uma rede pública de ensino pré-escolar foi, com o Rendimento Mínimo Garantido, uma das boas heranças do governo de Guterres. Medidas que reuniram na altura o apoio de todas as forças de esquerda. No entanto, passados dez anos da aprovação desta importante legislação, custa saber que «uma em cada quatro crianças com três anos não consegue entrar numa escola pública devido a uma "cobertura insuficiente" da rede pré-escolar». Esta percentagem atinge os 60% em Lisboa. Dada a necessidade de assegurar a igualdade de acesso a um nível de ensino que tem uma importância crucial no desenvolvimento futuro dos indivíduos, é bom saber que o governo de Sócrates está apostado em acelerar os investimentos públicos nesta área. De facto, esperemos que não seja preciso esperar mais dez anos para que o Estado assegure uma rede de ensino que não exclua ninguém.» («"De pequenino se torce o destino"», no Ladrões de bicicletas.)
  2. «Curioso que André Azevedo Alves (AAA), um dos mais proeminentes intelectuais de extrema-direita com actividade regular na blogoesfera, na sua desesperada busca de argumentos contra Hugo Chávez, presidente socialista, democraticamente eleito, da Venezuela, tenha recorrido a citações de um tal Alexandro Pena Esclusa (APE). APE é, desde que obteve em 1998 a fantástica votação de 2424 votos nas eleições presidenciais venezuelanas, um dos mais activos instigadores de sublevações armadas neste país, tendo estado envolvido na tentativa falhada de golpe de Estado de 2002. Conhecido membro de diversas organizações filo-fascistas, dirige hoje um pequeno grupo chamado Fuerza Solidária. Se tiverem paciência dêem uma olhadela ao site e às obras de APE. É uma espécie de visita guiada à floresta de horrores da extrema-direita na América Latina: desde apelos mais ou menos velados às forças armadas até à defesa da tese de que os governos de centro-esquerda da América Latina fazem parte de uma cabala comunista, passando por discussões em torno do «mito» do genocídio das populações indígenas ou até, vejam lá, a ideia de que o marxismo e o liberalismo não passam de produtos da famigerada época das luzes. Percorrem-se os textos e ficamos com a ideia do tipo de movimento intelectual que suportou as ditaduras na América Latina.» («Um Pinochet em cada esquina...», no Ladrões de bicicletas.)

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