quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Revista de blogues (23/11/2006)

  1. «Na escola pública que os meus filhos frequentam, situada no centro da cidade do Porto, existem crucifixos em todas as salas de aula. Nas duas extremidades do corredor principal pode ver-se uma figura da Nossa Senhora de Fátima e numa delas uma fotografia dos videntes Francisco e Jacinta Marto. (...) Em 2004, sem que os pais tivessem previamente conhecimento, realizou-se uma missa no recinto da escola por ocasião da reforma de duas funcionárias muito devotas. Eu e a minha mulher contactámos a responsável da escola, depois da realização da missa, demonstrando-lhe o nosso desagrado pelo facto de o nosso filho ter participado numa cerimónia religiosa dentro de uma escola pública e de os crucifixos continuarem expostos». («Correio dos leitores: "Estado e religião"», no Causa Nossa.)
  2. «AAA escandaliza-se com o facto de o Ministério da Educação se considerar mais bem preparado que os pais para decidir o que os alunos devem estudar. Pelo que me toca, não só isso não é minimamente chocante, como qualquer alternativa me pareceria inquietante. (...) A privatização total do ensino, com "programas diferentes de escola para escola, numa livre concorrência e sempre salutar" teria o potencial para criar focos de proselitismo, sectarismo e comunitarismo, já para não falar nos prejuízos óbvios que traria para a mobilidade social.» («Um inimigo da escola pública», no umblogsobrekleist.)
  3. «Está lá tudo: um dissidente do KGB, um restaurante japonês em Londres, um encontro com 'um homem chamado Mario', uma entrega de documentos e um veneno indetectável e mortal. (...) Exilado em Inglaterra desde 2000, proclamava andar a investigar o assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, em Outubro passado. Por isso ou não, está agora sob observação em sala limpa, sistema imunitário debilitado pela ingestão de sulfato de tálio. (...) Há algo de podre nesta história e não é o marisco de Picadilly: gente como Berezovsky foi demasiado lesta a correr para os média para implicar os serviços secretos russos; depois há a visita diária de um 'amigo' comum àquele mafioso a um Litvnenko extremamente debilitado e com guarda armado à porta do quarto.» («O ex-espião envenenado a frio», no Verdade ou Consequência.)

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