- Há uma condenação clara da violência;
- Acusa-se Sarkozy de ter substituído o policiamento de proximidade pelos esquadrões de intervenção rápida, o que foi feito, aliás, por razões economicistas (ler o que diz Chevénement, ex-Ministro do Interior);
- Critica-se Sarkozy pelos seus deslizes verbais (o já famoso uso do delicado termo «escumalha», mas também a rapidez em acusar os jovens eletrocutados de serem «ladrões», quando não está provado que o fossem);
- Acusa-se ainda o Governo de ter feito cortes nos programas de emprego jovem e de apoio às associações culturais e de mediação (ver no PSF, por exemplo), ao mesmo tempo que se têm reforçado os apoios governamentais às associações islâmicas (o que permite à Gauche Républicaine tirar as conclusões que se lêem no artigo anterior);
- O SOS Racisme sublinha a ausência de medidas que penalizem as empresas que fazem discriminação racial no recrutamento, e recorda que os maiores prejudicados por estes motins são os habitantes dos subúrbios.
Apesar de tudo, parece-me importante sublinhar que não se trata de motins inter-étnicos como acontecem regularmente nos EUA, no Reino Unido, ou como aconteceram, em menor medida, na Holanda após a morte de Theo Van Gogh. A violência parece estar a ser dirigida preferencialmente contra a polícia e contra a propriedade, não contra as pessoas. E mesmo assim, já é o surto de violência urbana mais impressionante deste século, na Europa...
(O meu esforço para compreender os vários sentidos em que se usa a palavra «multiculturalismo» pode ser lido em «Multiculturalismo(s): identidade cultural é opressão individual».)
3 comentários :
...uma boa análise...não faria melhor...um abraço...
Enviar um comentário