O meu amigo Carlos Esperança, num artigo do Ponte Europa, sugere que a solução para os desvarios económicos (e outros) de Alberto João Jardim na Madeira passa pela independência do território continental. (Existem outras pessoas indignadas.)
Discordo. Urge, isso sim, revogar a autonomia das Regiões Autónomas. Deveríamos limitarmo-nos a ter, como unidades políticas com órgãos eleitos, a República e os Municípios. A desigualdade de tratamento entre regiões tornou-se num gerador de desigualdades regionais. Em 1976, a Madeira e os Açores encontravam-se entre as regiões mais pobres de Portugal. Hoje, a Madeira fica logo a seguir à Região Metropolitana de Lisboa em riqueza. Graças ao trabalho dos madeirenses? Em parte, mas sobretudo devido às transferências do governo da República, que preterem regiões mais pobres como o Alentejo, Trás-os-Montes ou a Beira Interior.
As autonomias permitiram, em 30 anos, tirar da pobreza os arquipélagos atlânticos. Hoje, ajudam a manter na pobreza grande parte do continente. O ciclo das autonomias pode e deve terminar.
2 comentários :
Caro Ricardo Alves:
Como é possível retirar poderes sem provocar um conflito de consequências desconhecidas?
Pessoalmente só acredito na resolução através da transferência de verbas.
Veremos o que aí vem em relação ao poder autárquico.
Caro Carlos Esperança,
a situação actual, em que a Madeira, e os Açores, têm actores políticos regionais reivindicativos e legitimados eleitoralmente, tem originado transferências desequilibradas a favor dos arquipélagos atlânticos, desfavorecendo as regiões mais pobres do continente.
Uma possível correcção a este desequilíbro seria a criação de regiões administrativas no continente. Outra, que ninguém quer encarar por puro medo da chantagem jardinista, seria a supressão dos Governos Regionais.
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