quarta-feira, 20 de março de 2013

Revista de imprensa (20/3/2013)

  • «(...) Entre a estratégia de dominação económica alemã, o fanatismo autista do ministro das Finanças e a incapacidade para liderar e defender o país do primeiro-ministro, os portugueses vão assistindo à destruição de Portugal. Querem que acreditemos que não temos alternativa e que, portanto, teremos de continuar a sujeitarmo-nos aos interesses dos credores externos. Será, no entanto, a política que nos destrói a economia em nome dos interesses dos credores, a principal causa da incapacidade de o nosso país vir a pagar a totalidade do que deve. Sim, estamos em guerra. As armas são diferentes das usadas nas guerras tradicionais mas não deixam de ser devastadoras. As armas usadas contra nós são a austeridade, o programa de ajustamento que a consagra, os juros que os nossos credores nos cobram e a ameaça de isolamento com que nos chantageiam. Enquanto os líderes nacionais não perceberem que têm de fazer política continuaremos a assistir à destruição do nosso país. Sim, também temos as nossas armas. A principal arma de um devedor é a própria dívida e, em nenhum momento, deve sair de cima da mesa das negociações. Não é no entanto a única. Uma verdadeira negociação entre estados, para ter sucesso, não pode ficar confinada a quatro paredes. Portugal deve fazer pressão pública, promover ativamente alianças com outros países, aproveitar a energia dos protestos dos portugueses como instrumento de pressão negocial e, em última análise, rejeitar mesmo a aceitação de condições de ajustamento suicidas. Ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças exige-se que façam política; ou sabem interpretar e estar à altura do momento histórico que vivemos ou é melhor deixarem que sejam outros a escrever a história.» (Pedro Nuno Santos)

2 comentários :

Rui Curado Silva disse...

70% das transacções financeiras europeias são feitas na City, em Londres. 10% do PIB britânico provém dos gambuzinos comprados e vendidos na City. O dinheiro enterrado nas offshores (a maior parte delas dependências britânicas) dava para pagar as dívidas de Portugal, Espanha e Itália juntos. A "dominação económica" mora na City. Tem uma autora: Thatcher e funciona que nem ginjas com a austeridade e com uma Europa desunida.

Ricardo Alves disse...

Acho que é claro que o texto se refere à dominação da Alemanha sobre as decisões financeiras e económicas da União Europeia. Nas quais o Reino Unido conta muito pouco.

A propósito do teu comentário: onde tens dados sobre o dinheiro que está nos off-shores?