Um problema de olhar para a política e para o Estado como uma disputa apenas entre partidos políticos, é perder de vista que há instituições que têm um poder que ultrapassa o governo do momento e que pode ser transversal aos partidos.
Um exemplo claro é a ICAR. Outro: os serviços secretos.
Machete, como eu dissera e ele próprio repetiu hoje no Parlamento, não usou qualquer «informação secreta» ao falar dos convertidos portugueses que aderiram ao jihadismo. Limitou-se a repetir a informação que os SIS/SIED tinham divulgado aos jornais. Aliás, nos últimos dias os pides portugueses fizeram muito pior: divulgaram nomes e localidades de origem de jihadistas portugueses. Houve escândalo? Serão processados disciplinarmente? Suspensos? Despedidos? Não. Há apenas um silêncio ensurdecedor.
A informação fornecida pelos pides aos jornalistas destina-se provavelmente a pagar favores que os mesmos jornalistas tenham feito ou possam vir a fazer. Neste governo ou no próximo, a pide continuará a manipular os media, tentando sempre aumentar o seu poder. E um dia, se nada for feito, poderão demitir ministros (será que já o fizeram?) com maior eficácia do que tentaram com Machete.
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