sábado, 28 de julho de 2012

Rating de Portugal sofreu corte sete vezes superior ao que era justificável

São as conclusões de um estudo que parece vir ao encontro daquilo que é a intuição de muitos dos que viveram a crise das dívidas soberanas. De acordo com a notícia (destaque meu):

 «O estudo é da universidade suíça de St. Gallen e diz que as agências de notação financeira alimentaram o endividamento na Zona Euro ao procederem a avaliações de "rating" mais severas desde que a crise da dívida soberana começou a revelar-se em 2009. Portugal está entre os exemplos do exagero a que foi sujeito nos cortes.

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Conjugado com a prova de que muitos dos cortes de ‘rating’ dos países da periferia da Zona Euro parecem ter sido arbitrários e não puderam ser justificados com base nos algoritmos de ‘ratings’ que explicam as notações de outros países ou as avaliações anteriores a 2009, este resultado é bastante desconfortante. É preciso que os governos olhem mais atentamente para os mercados financeiros em geral e para os mercados das obrigações soberanas em particular, bem como para as motivações, dependências e conflitos de interesse dos principais ‘players’ desses mercados”, acrescenta o estudo, que analisou a crise da dívida soberana resultante da crise financeira e imobiliária de 2007-2009.

Baseando-se nos dados de 25 países da OCDE – incluindo Portugal – no período entre 2009 e 2011, incluindo os dados relativos ao PIB e os dados orçamentais, bem como os "ratings" atribuídos pela Fitch, os autores do estudo chegaram à conclusão que a dimensão dos cortes de “rating” foi exagerada, nomeadamente no que diz respeito aos três países já intervencionados pela troika (Grécia, Irlanda e Portugal).

Recorde-se que a crise da dívida soberana começou a ganhar forma na Zona Euro em 2009, tendo a Grécia sido o primeiro Estado-membro da união monetária a pedir ajuda externa, em Maio de 2010. Seguiu-se a Irlanda, em Novembro do mesmo ano, e Portugal em Abril de 2011.

Numa análise país a país, o estudo conclui que, relativamente a Portugal, a deterioração dos seus fundamentais fez com que a curva do “rating” soberano se desviasse em 0,62 graus entre 2009 e 2011, o que suporia um corte inferior a um nível em termos de avaliação da notação. “No entanto, o país foi cortado em oito níveis durante esse período”, sublinham os dois economistas responsáveis por esta investigação.

Assim, Manfred Gärtner e Björn Griesbach referem que as agências de notação financeira não foram consistentes nas suas avaliações, tendo ficado mais “críticas” à medida que a crise se foi adensando, atribuindo aos países, em média, um “rating” inferior em um nível para determinadas taxas de juro e outras variáveis do que antes de 2009.

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“As agências de ‘rating’ conseguiram afastar os mercados financeiros da percepção do problema, fazendo com que os governos pareçam os culpados”, acrescentou.»

1 comentário :

The Mother of Mothra of ALL Bubbles disse...

sete vezes de AAA ia para ?
AA+ AA- ou AAA AA A BBB BB B
a falência é CCC?

o D serve para quê?
deixa as pastilhas men...ou trans