No texto «Que se lixe a democracia» que publicou no Arrastão, Daniel Oliveira comenta as recentes declarações de Passos Coelho: «Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal».
No meu texto anterior defendo que as declarações de Pedro Passos Coelho não são sinceras - são aliás mais uma demonstração de que a sua hipocrisia não conhece limites. Nesse sentido, não merecem qualquer tipo de aplauso, apenas merecem nojo.
No entanto, há uma questão interessante por analisar: e se fossem sinceras? E se fossem afirmadas por um líder político eleito democraticamente que nelas acreditasse? Seriam de louvar ou de lamentar?
Daniel Oliveira defende que declarações deste tipo revelam desrespeito pela Democracia e pela sua forma de funcionamento. É uma crítica que compreendo bem: afinal na Democracia é suposto que o eleitorado governe, e as eleições são a forma de manifestar a sua vontade. Um político que não quer saber das eleições, não quer saber da vontade dos cidadãos, e acaba por efectivamente lhes roubar o poder. Se o político se está a «lixar para as eleições», está também a «lixar-se para a Democracia». Este é um argumento que faz sentido, e um que subscrevia há alguns anos atrás.
Hoje, no entanto, discordo desta posição, e vou tentar explicar porquê.
Imaginemos que quero ouvir uma música. Existem duas formas diferentes de servir esta minha vontade: numa vários músicos diferentes compõem aquilo em que acreditam, aquilo que sentem ser a sua inspiração, aquilo que acreditam que é a sua mensagem. Entre a diversidade de criações, eu escolho aquelas que mais me agradam - músicos cuja «inspiração» os levou a produzir música que não me agrada são simplesmente ignorados, e músicos que escolheram por si criar obras que se harmonizam com os meus gostos são seleccionados. Assim, apesar de nenhum dos músicos se preocupar com os meus gostos, eles foram satisfeitos.
Noutra, os músicos preocupam-se com ganhar o máximo de fama ou dinheiro, e adaptam as suas criações à vontade do público do qual faço parte. Assim, precisamente pelo facto dos músicos se preocuparem com a sua fama ou riqueza, os meus gostos são satisfeitos.
Apesar da suposta equivalência entre estas duas situações, as pessoas tendem a preferir a primeira hipótese. Parece que existe um apelo estético, que desafia as explicações racionais, na ideia de um artista que nos satisfaz, apesar de não o ter tentado, apesar de ser genuíno e ser fiel primeiramente à mensagem que quer passar, seja ela apelativa ou não.
Só que, enquanto no caso da música não existe razão racional para esta preferência, no caso análogo relativo à política ela existe.
Ora vejamos: num caso temos um conjunto de políticos que acreditam em determinadas ideias e propostas, e querem defendê-las e implementá-las quer isso lhes custe votos, quer isso lhes garanta a vitória nas eleições; no outro temos um conjunto de políticos que estão dispostos a tudo para ganhar as eleições. Em relação aos primeiros, o eleitorado consegue «governar» pois escolhe entre os diferentes projectos.
Em relação aos segundos, existem dois problemas: o primeiro problema prende-se com as razões pelas quais a democracia representativa evita problemas que nos quais a democracia directa tende a cair - um problema que apesar de tudo pode ser atenuado com um eleitorado interventivo e informado.
O segundo problema prende-se com as várias formas de ganhar eleições: não é só escolher as ideias que as pessoas mais gostam, é também necessário comunicá-las. E escolher ideias que agradam a certos grupos de interesse garante uma comunicação eficaz, mesmo de ideias desagradáveis ao eleitorado. Não é por acaso que todos os anos os EUA oferecem biliões e biliões de dólares à indústria petrolífera, quando 80% do eleitorado está contra esses subsídios - o dinheiro que a indústria oferece aos políticos que votam favoravelmente tem um impacto eleitoral positivo superior ao impacto negativo desse voto impopular. O político apegado ao poder não governa apenas para as sondagens, governa para o status quo, e põe os seus interesses à frente dos interesses do país.
Há uns anos atrás não via a «coerência» de um político como uma grande qualidade: as pessoas inteligentes mudam de ideias face a novos factos, e por isso não me parecia digno de aplauso quem as mantinha.
Mas hoje compreendo a importância da «coerência»: é ela que garante que o eleitorado pode ter poder sobre políticos desapegados - ao seleccionar quais destes são eleitos, escolhe os projectos de quem os desenhou com uma motivação mais altruísta ou autêntica que a vontade de progredir na carreira política.
Assim, se este político defende o projecto X, não quer saber se é reeleito, mas também é improvável que mude de opinião quando for a hora H, eu posso escolher se adiro ao projecto X ou não através do meu voto nesse político.
Claro que o ideal seria não dar tanta atenção a estas questões: que o eleitorado analisasse as propostas dos políticos por si, não as suas motivações pessoais, o seu egoísmo ou ambição. Mas isto exige um esforço quase profissional: um eleitor como eu, com tempo e disponibilidade limitadas, tem de recorrer a heurísticas. Eu não posso avaliar se Portugal devia investir no TGV pelos seus méritos, é uma questão com aspectos técnicos importantes, que exige um estudo e reflexão de inúmeras horas até poder ser mais que «conversa de café». Muitas vezes, e infelizmente, a «confiança» é uma variável essencial para decidirmos se consideramos que um projecto vai ser favorável ao país ou não. Nessa altura é inevitável fazer uma avaliação de intenções.
Nesse sentido, um político íntegro e desapegado é algo de aplaudir, e eu sei que, se ele for claro, honesto e consistente, não me rouba o poder soberano que eu como eleitor disponho.
No meu texto anterior defendo que as declarações de Pedro Passos Coelho não são sinceras - são aliás mais uma demonstração de que a sua hipocrisia não conhece limites. Nesse sentido, não merecem qualquer tipo de aplauso, apenas merecem nojo.
No entanto, há uma questão interessante por analisar: e se fossem sinceras? E se fossem afirmadas por um líder político eleito democraticamente que nelas acreditasse? Seriam de louvar ou de lamentar?
Daniel Oliveira defende que declarações deste tipo revelam desrespeito pela Democracia e pela sua forma de funcionamento. É uma crítica que compreendo bem: afinal na Democracia é suposto que o eleitorado governe, e as eleições são a forma de manifestar a sua vontade. Um político que não quer saber das eleições, não quer saber da vontade dos cidadãos, e acaba por efectivamente lhes roubar o poder. Se o político se está a «lixar para as eleições», está também a «lixar-se para a Democracia». Este é um argumento que faz sentido, e um que subscrevia há alguns anos atrás.
Hoje, no entanto, discordo desta posição, e vou tentar explicar porquê.
Imaginemos que quero ouvir uma música. Existem duas formas diferentes de servir esta minha vontade: numa vários músicos diferentes compõem aquilo em que acreditam, aquilo que sentem ser a sua inspiração, aquilo que acreditam que é a sua mensagem. Entre a diversidade de criações, eu escolho aquelas que mais me agradam - músicos cuja «inspiração» os levou a produzir música que não me agrada são simplesmente ignorados, e músicos que escolheram por si criar obras que se harmonizam com os meus gostos são seleccionados. Assim, apesar de nenhum dos músicos se preocupar com os meus gostos, eles foram satisfeitos.
Noutra, os músicos preocupam-se com ganhar o máximo de fama ou dinheiro, e adaptam as suas criações à vontade do público do qual faço parte. Assim, precisamente pelo facto dos músicos se preocuparem com a sua fama ou riqueza, os meus gostos são satisfeitos.
Apesar da suposta equivalência entre estas duas situações, as pessoas tendem a preferir a primeira hipótese. Parece que existe um apelo estético, que desafia as explicações racionais, na ideia de um artista que nos satisfaz, apesar de não o ter tentado, apesar de ser genuíno e ser fiel primeiramente à mensagem que quer passar, seja ela apelativa ou não.
Só que, enquanto no caso da música não existe razão racional para esta preferência, no caso análogo relativo à política ela existe.
Ora vejamos: num caso temos um conjunto de políticos que acreditam em determinadas ideias e propostas, e querem defendê-las e implementá-las quer isso lhes custe votos, quer isso lhes garanta a vitória nas eleições; no outro temos um conjunto de políticos que estão dispostos a tudo para ganhar as eleições. Em relação aos primeiros, o eleitorado consegue «governar» pois escolhe entre os diferentes projectos.
Em relação aos segundos, existem dois problemas: o primeiro problema prende-se com as razões pelas quais a democracia representativa evita problemas que nos quais a democracia directa tende a cair - um problema que apesar de tudo pode ser atenuado com um eleitorado interventivo e informado.
O segundo problema prende-se com as várias formas de ganhar eleições: não é só escolher as ideias que as pessoas mais gostam, é também necessário comunicá-las. E escolher ideias que agradam a certos grupos de interesse garante uma comunicação eficaz, mesmo de ideias desagradáveis ao eleitorado. Não é por acaso que todos os anos os EUA oferecem biliões e biliões de dólares à indústria petrolífera, quando 80% do eleitorado está contra esses subsídios - o dinheiro que a indústria oferece aos políticos que votam favoravelmente tem um impacto eleitoral positivo superior ao impacto negativo desse voto impopular. O político apegado ao poder não governa apenas para as sondagens, governa para o status quo, e põe os seus interesses à frente dos interesses do país.
Há uns anos atrás não via a «coerência» de um político como uma grande qualidade: as pessoas inteligentes mudam de ideias face a novos factos, e por isso não me parecia digno de aplauso quem as mantinha.
Mas hoje compreendo a importância da «coerência»: é ela que garante que o eleitorado pode ter poder sobre políticos desapegados - ao seleccionar quais destes são eleitos, escolhe os projectos de quem os desenhou com uma motivação mais altruísta ou autêntica que a vontade de progredir na carreira política.
Assim, se este político defende o projecto X, não quer saber se é reeleito, mas também é improvável que mude de opinião quando for a hora H, eu posso escolher se adiro ao projecto X ou não através do meu voto nesse político.
Claro que o ideal seria não dar tanta atenção a estas questões: que o eleitorado analisasse as propostas dos políticos por si, não as suas motivações pessoais, o seu egoísmo ou ambição. Mas isto exige um esforço quase profissional: um eleitor como eu, com tempo e disponibilidade limitadas, tem de recorrer a heurísticas. Eu não posso avaliar se Portugal devia investir no TGV pelos seus méritos, é uma questão com aspectos técnicos importantes, que exige um estudo e reflexão de inúmeras horas até poder ser mais que «conversa de café». Muitas vezes, e infelizmente, a «confiança» é uma variável essencial para decidirmos se consideramos que um projecto vai ser favorável ao país ou não. Nessa altura é inevitável fazer uma avaliação de intenções.
Nesse sentido, um político íntegro e desapegado é algo de aplaudir, e eu sei que, se ele for claro, honesto e consistente, não me rouba o poder soberano que eu como eleitor disponho.
2 comentários :
Se algum político se estivesse lixado às ditas eleições e travado os aumentos constantes dos salários, o meu aumentou 160% em 12 anos (1997-2009)
Não estávamos nesta situação ó abécula a subsídio.
Calcolo Finanziario: Valutazione degli investimenti e dei finanziamenti (VAN e TIR)
La valutazione degli investimenti è quell'attività che ha la funzione di verificare se un determinato progetto (investimento e/o finanziamento) sia vantaggievole o no per l'azienda.
Il problema più grosso per un'azienda (ma anche per i privati cittadini) è quello di dover scegliere fra diverse opzioni di finanziamento/investimento: con queste operazioni la scelta risulterà molto più facile.
Di prassi è accettato che l'unit a di misura cui fare riferimento in questo caso sia il valore economico dell'iniziativa. Il costo di un investimento e dato dai flussi fi nanziari in uscita connessi
alla sua attuazione; analogamente, i bene ci ad esso associati sono costituiti da flussi fi nanziari in entrata. In tal modo un'operazione d'investimento può essere rappresentata da una successione (stimata) di future entrate ed uscite monetarie denominata flusso di cassa.
Un altro fattore determinante è il tempo: più tempo passa prima che le risorse investite in un progetto rientrino (a parità di condizioni), meno benefi ci di ordine fi nanziario si avranno.
Ultimo fattore essenziale è il tasso di interesse scelto a riferimento:
il tasso d'interesse al quale si attualizzano i flussi finanziari (in entrata ed in uscita) è denominato costo opportunit a del capitale, poich è rappresenta un'alternativa alla quale si rinuncia per intraprendere il particolare progetto d'investimento analizzato.
I due criteri (che poi sono i più utilizzati) che analizzerò sono il criterio del VAN (o REA) ed il criterio del TIR.
IL CRITERIO DEL VAN
Il criterio del VAN (Valore Attuale Netto, spesso denominato anche REA, acronimo per Rendimento Economico Attualizzato) si basa sul principio secondo cui un'iniziativa (investimento/finanziamento) merita di essere presa in considerazione solo se i benefi ci che ne possono derivare sono superiori alle risorse utilizzate.
La formula per calcolare il VAN è:
VAN (i) = ∑xt(1+i)t-1
con xt che indica l'ammontare di una quota investimento o finanziamento x al tempo t.
Un progetto risulta conveniente se il suo VAN e maggiore di zero, in altri termini un progetto è conveniente quando le entrate attualizzate superano le relative uscite. Il progetto con VAN maggiore sar à preferito rispetto agli altri.
Aprende que este era um crápula dos bons....
sim já sei, pidesco (não consegues inventar outra os RUC ou a stasi eram muito piorzinhos,bolas até o exército norte americano ou o português torturou e matou mais gente que a Pevide) doente mental (arranja mais patologias, pois doença mental abrange 100% da população, nomeadamente manias...das quais tu pá és o king ou quiçá imperator), dás nojo (é o mesmo que luto- aka período de nojo, já asco excepto nas frutificações fúngicas (asco com ascósporos) seriA mais produtivo como insulto... etc etc
Vê aprende que com a gordura abdominal que ganho a enviar curriculos para sítios que nunca mais voltarei...nã duro muite
nã percebeste pois não?
já calculavA...
o jãbasquismo taxista como corrente de opinião
eles ganham 6%....bué....milhares de milhões de lucros meu...e inda pedem ao estado para lhes ir ó capital
tu nã existes meu
és um cliché político
uma caricattura
pronto pá...
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