sábado, 19 de dezembro de 2009

Religião e GDP

Com excepção dos EUA e do Kowait, há de facto uma curva ao longo da qual os países se parecem arrumar muito bem: quanto mais ricos (industrializados) menos religiosos.
Quando se confronta este gráfico com o da educação vs. GDP, vê-se que as posições dos países não variam muito.
O mesmo se passa dentro dos EUA: quanto mais educadas, menos religiosas as pessoas são. Os cientistas da National Academy of Science declaram-se 97% ateus ou agnósticos. E mesmo no Sul Profundo verifica-se que a universidade (sobretudo as chamadas "artes liberais") tem um efeito adverso na religiosidade. Eu vejo aqui na universidade todos os semestres que montes de miúdos deixam de acreditar nas superstições que lhes foram empurradas pela boca abaixo quando ainda não tinham idade para se defenderem.

7 comentários :

Nuno Gaspar disse...

Podem comparar a religiosidade com outras coisas, Filipe e João Vasco.

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Suicide_rates_map.svg

Filipe Castro disse...

Claro que sim. Eu não vejo nenhuma correlação clara com a religiosidade do mapa dos suicídios, mas claro que a viver aqui na 'fivela' do Bible Belt sei perfeitamente que para MUITAS pessoas a religião é a muleta que os mantem sãos, perante as injustiças (que eles nem saberiam definir por falta de consciência de classe) e os azares normais da vida num estado em que há 5 armas por habitante.

Quando lhes morrem os filhos no Iraque, poderem imaginá-los no céu é uma ajuda muito grande.

Filipe Castro disse...

:o) Como diria o Umberto Eco, a religião ser o ópio do povo nem é mau. Quando é a cocaína é que me incomoda: os justiceiros, os idiotas com bombas, os moralistas do Vaticano, os sionistas, etc.

Nuno Gaspar disse...

"Eu não vejo nenhuma correlação clara com a religiosidade do mapa dos suicídios"

Não vê ou não quer ver?

João Vasco disse...

Eu realmente prefiro uma sociedade como a que existe no Canadá ou na Suécia, onde as pessoas morrem por assim ter escolhido; do que uma como o Brasil ou a Índia, onde muitos mais morrem vítimas da criminalidade violenta, ou vítimas de empregos arriscados que escolhem por ter pouco a perder. Em sociedades onde é mais difícil sobreviver, mais pessoas morrem por arriscar a vida por meia dúzia de tostões em busca de um futuro melhor, do que aquelas que fazem essa escolha de se matar.
Mas se eu morrer de morte não natural, prefiro que seja escolha minha. Mas mais que isso, prefiro que probabilidade de morrer por morte não natural seja tão baixa quanto possível.

Existe de facto uma correlação entre prosperidade e suicídio, e entre ausência de reigiosidade e suicídio. Curiosamente ambas são menores (menos evidentes) que a correlação negativa entre desenvolvimento humano e religiosidade.

João Vasco disse...

Filipe:

Se os EUA fossem separados nos 50 estados que os compõem, a relação seria ainda mais evidente do que já é.

Filipe Castro disse...

Não duvido.