«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
Eu concordo que em alguns casos obrigar os miúdos a fazer o mesmo ano uma data de vezes, em turmas com miúdos três e quatro anos mais novos, não é solução.
Uma parte importante do sucesso escolar tem que ver com a autoestima dos miúdos.
Mas não sei como é que as coisas se passam, portanto não tenho opinião.
eu compreendo perfeitamente que uma escola tome esta decisão, porque estando próximo do caso compreende-se tudo melhor. a notícia é dada como um caso escandaloso de facilitismo, quando na verdade estamos a falar de um aluno que já chumbou, que segundo o descrito só não tem melhores resultados por causa da situação social grave em que vive, podendo vir a ser um bom profissional, tendo aliás o aluno sido encaminhado para uma via de estudo alternativa à tradicional, nem toda a gente tem que ser Doutor em Direito. Acho muito bem que a escola em vez de desistir e dizer "és burro, tens que passar pelo mesmo processo vezes sem conta", encontre soluções difere Imagine-se uma família em que os pais ou um deles é alcoólico ou toxicodependente, ou onde há violência doméstica permanente, ou suspeita de abusos sexuais, ou maus tratos, ou simplesmente obrigam uma criança a trabalhar pesadamente a tomar um copo de vinho ao pequeno-almoço e a beber bagaço à tarde para aguentar; imagine-se o caso de Ao contrário dos sindicatos, que têm sempre uma visão corporativa hedionda, acho muito bem que as escolas possam tomar estas decisões em situações absolutamente excepcionais, como evidentemente é o caso
No teu tempo eram duas. Pois, e no teu tempo é que era. Aliás, se as coisas andam mal, é por causa destes putos estúpidos que dão cabo do país. Não é, de certeza, por causa de gente de valor como tu que o nosso país é o que é. Tu, e todos os do teu tempo, bem que se esforçam, bem que carregam um fardo pesado ao ver tanta estupidez e imbecilidade à volta deles; deve ser bem difícil a tua vida, tendo em conta que - e é o que está implícito no que escreves - não era qualquer idiota que transitava de ano, e que, portanto, deves ser um tipo não idiota, uma iluminária, um exemplo para todas as bestas que andam aí. Eu tenho 25 anos e lembro-me de já na primária ouvir que éramos todos uns pascácios e que antigamente é que era. Por isso, o teu tempo já tem algum tempo. Logo - e espero que a minha incapacidade de fazer um raciocínio correcto pelo facto de não ter nascido a tempo de nascer no teu tempo não me leve a dizer asneiras (e se assim for, vais ter que me desculpar, porque às pessoas do meu tempo, coitadas, é preciso dar-lhes um desconto) - tu e os tipos do teu tempo já devem ter tido alguma oportunidade de governar esta merda. E, que porra, que grande merda que deixaram. O que me leva a concluir: se calhar no teu tempo só se passava com duas negas, mas nem por isso deixámos de ter imbecis directamente trazidos do teu tempo. Sabes a que cheira a tua conversa? A bolor, com uma pitada de paternalismo. Desculpa lá que te diga, mas saíste um bocado saloio.
Quanto a esse caso so tenho uma coisa a dizer: O aluno em causa já tinha reprovado 3 vezes. Era perferivel ele ficar-se pelo 7º ano generalizado ou com o 8º (talvez tambem o 9º) e com um curso profissional? Os professores desse aluno entenderam que o melhor era a última. No meu tempo, reprovava-se com 3 negativas (se uma delas fosse a português). Mas como eu não era pobrezinho, reprovaram-me mesmo com essas 3. E passaram um aluno com quatro (aluno esse que se enquadrava no estilo do aluno da noticia). No meu caso acho que se entenderam que o deviam passar a ele nao me deviam ter reprovado a mim. Mas se neste caso não hoje uma injustiça dessas, não julgo a decisão desses professores.
Ricardo Alves, para ter problemas pessoais consigo é necessário conhecê-lo pessoalmente, o que não acontece. Assim, não há nada que chamar isso para aqui. Pode ser uma excelente pessoa, mas isso não o impede de dizer coisas que eu considero que não fazem sentido. Escreveu um textozinho a propósito de uma polemicazinha, e o que lá vinha escrito não era inócuo(espero eu). A não ser que, coisa feia, utilize as palavras para não dizer nada. O que eu tentei fazer, foi explicitar aquilo que havia de implícito na frase: a ideia de que depois de si tudo o que veio é labreguice e antigamente é que era, e fazê-lo tentando mostrar que essa maneira de pensar não faz sentido; que, talvez, é uma ideia um pouco ridícula. E não é o único a pensar assim - mas isso já devia saber. Aliás, tenho colegas meus que já têm a mesma lenga lenga que o Ricardo. Ao que parece, a asneira é intemporal e "não escolhe gerações". E sobre o que há de implícito nessa frase, ainda haveria muito a dizer: é a evidência de uma espécie de declinismo e, quiçá, reacionarismo (pelo menos, em algumas pessoas isto é verdade).
E, voltando ao início: não gosto que me mandem poeira para os olhos; essa dos "problemas pessoais" nao veio nada a propósito.
P.S.: Sou o tipo que se identificou como "Não cheguei a tempo".
Xavier Brandão, apesar de ter assinado o seu segundo comentário com nome, não vou comentar. Estou sem saco para determinado tipo de argumentação pessoalizada e na fronteira do insulto.
O EsquerdaRepublicana é um blogue à esquerda, independente dos partidos mas não de valores e causas, republicano, laicista, democrata e plural. Foi fundado em Março de 2005.
8 comentários :
Eu concordo que em alguns casos obrigar os miúdos a fazer o mesmo ano uma data de vezes, em turmas com miúdos três e quatro anos mais novos, não é solução.
Uma parte importante do sucesso escolar tem que ver com a autoestima dos miúdos.
Mas não sei como é que as coisas se passam, portanto não tenho opinião.
eu compreendo perfeitamente que uma escola tome esta decisão, porque estando próximo do caso compreende-se tudo melhor. a notícia é dada como um caso escandaloso de facilitismo, quando na verdade estamos a falar de um aluno que já chumbou, que segundo o descrito só não tem melhores resultados por causa da situação social grave em que vive, podendo vir a ser um bom profissional, tendo aliás o aluno sido encaminhado para uma via de estudo alternativa à tradicional, nem toda a gente tem que ser Doutor em Direito. Acho muito bem que a escola em vez de desistir e dizer "és burro, tens que passar pelo mesmo processo vezes sem conta", encontre soluções difere Imagine-se uma família em que os pais ou um deles é alcoólico ou toxicodependente, ou onde há violência doméstica permanente, ou suspeita de abusos sexuais, ou maus tratos, ou simplesmente obrigam uma criança a trabalhar pesadamente a tomar um copo de vinho ao pequeno-almoço e a beber bagaço à tarde para aguentar; imagine-se o caso de Ao contrário dos sindicatos, que têm sempre uma visão corporativa hedionda, acho muito bem que as escolas possam tomar estas decisões em situações absolutamente excepcionais, como evidentemente é o caso
No teu tempo eram duas. Pois, e no teu tempo é que era. Aliás, se as coisas andam mal, é por causa destes putos estúpidos que dão cabo do país. Não é, de certeza, por causa de gente de valor como tu que o nosso país é o que é. Tu, e todos os do teu tempo, bem que se esforçam, bem que carregam um fardo pesado ao ver tanta estupidez e imbecilidade à volta deles; deve ser bem difícil a tua vida, tendo em conta que - e é o que está implícito no que escreves - não era qualquer idiota que transitava de ano, e que, portanto, deves ser um tipo não idiota, uma iluminária, um exemplo para todas as bestas que andam aí.
Eu tenho 25 anos e lembro-me de já na primária ouvir que éramos todos uns pascácios e que antigamente é que era. Por isso, o teu tempo já tem algum tempo. Logo - e espero que a minha incapacidade de fazer um raciocínio correcto pelo facto de não ter nascido a tempo de nascer no teu tempo não me leve a dizer asneiras (e se assim for, vais ter que me desculpar, porque às pessoas do meu tempo, coitadas, é preciso dar-lhes um desconto) - tu e os tipos do teu tempo já devem ter tido alguma oportunidade de governar esta merda. E, que porra, que grande merda que deixaram. O que me leva a concluir: se calhar no teu tempo só se passava com duas negas, mas nem por isso deixámos de ter imbecis directamente trazidos do teu tempo.
Sabes a que cheira a tua conversa? A bolor, com uma pitada de paternalismo. Desculpa lá que te diga, mas saíste um bocado saloio.
Quanto a esse caso so tenho uma coisa a dizer:
O aluno em causa já tinha reprovado 3 vezes. Era perferivel ele ficar-se pelo 7º ano generalizado ou com o 8º (talvez tambem o 9º) e com um curso profissional?
Os professores desse aluno entenderam que o melhor era a última.
No meu tempo, reprovava-se com 3 negativas (se uma delas fosse a português). Mas como eu não era pobrezinho, reprovaram-me mesmo com essas 3. E passaram um aluno com quatro (aluno esse que se enquadrava no estilo do aluno da noticia).
No meu caso acho que se entenderam que o deviam passar a ele nao me deviam ter reprovado a mim.
Mas se neste caso não hoje uma injustiça dessas, não julgo a decisão desses professores.
Caro «Nao cheguei a tempo»: tem algum problema pessoal comigo?
"pessoal" e "comigo" estão casados com comunhão de adquiridos.
Ricardo Alves, para ter problemas pessoais consigo é necessário conhecê-lo pessoalmente, o que não acontece. Assim, não há nada que chamar isso para aqui.
Pode ser uma excelente pessoa, mas isso não o impede de dizer coisas que eu considero que não fazem sentido.
Escreveu um textozinho a propósito de uma polemicazinha, e o que lá vinha escrito não era inócuo(espero eu). A não ser que, coisa feia, utilize as palavras para não dizer nada.
O que eu tentei fazer, foi explicitar aquilo que havia de implícito na frase: a ideia de que depois de si tudo o que veio é labreguice e antigamente é que era, e fazê-lo tentando mostrar que essa maneira de pensar não faz sentido; que, talvez, é uma ideia um pouco ridícula. E não é o único a pensar assim - mas isso já devia saber. Aliás, tenho colegas meus que já têm a mesma lenga lenga que o Ricardo. Ao que parece, a asneira é intemporal e "não escolhe gerações".
E sobre o que há de implícito nessa frase, ainda haveria muito a dizer: é a evidência de uma espécie de declinismo e, quiçá, reacionarismo (pelo menos, em algumas pessoas isto é verdade).
E, voltando ao início: não gosto que me mandem poeira para os olhos; essa dos "problemas pessoais" nao veio nada a propósito.
P.S.: Sou o tipo que se identificou como "Não cheguei a tempo".
Xavier Brandão,
apesar de ter assinado o seu segundo comentário com nome, não vou comentar. Estou sem saco para determinado tipo de argumentação pessoalizada e na fronteira do insulto.
Passe bem.
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