sexta-feira, 24 de julho de 2009

Os 'homens-sexuais' no PS

Concordo com o Ricardo e com o Ricardo que a entrada de Vale de Almeida e a saída de Sousa Franco são boas notícias para o PS e para o país. E percebo a importância de eleger um cidadão que assume a sua homossexualidade num país de trogloditas como o nosso, e sobretudo um que se apresenta ao eleitorado com uma proposta concreta, em relação a um problema concreto, relativo à segregação troglodita e impiedosa dos homossexuais em Portugal.

Mas nunca consigo deixar de achar estas questões embaraçosas. O facto de os homossexuais precisarem de ser representados é uma coisa um bocado surrealista, que se baseia na aceitação da ideia de que os homossexuais se podem definir como um grupo homogéneo, com um conjunto de interesses específicos comuns.

Por outras palavras, dá a ideia de que as pessoas se definem pelas suas preferências sexuais. Custa-me imenso imaginar o âmbito comum dos interesses do Oscar Wilde e do Padre Frederico.

A questão dos direitos dos homossexuais é uma questão de direitos humanos e devia ser discutida e resolvida nos tribunais. A perseguição de seres humanos com base nas suas preferências sexuais é uma forma de estupidez surrealista que devia ser brutalmente reprimida.

Como não é assim, temos de nos regozijar por termos um deputado (abertamente) homossexual. Mas é um tipo de regozijo um bocado triste, acho eu.

Sem prejuízo de achar que a contribuição de Vale de Almeida no parlamento vai ser incomparavelemente melhor e mais civilizada que a de Sousa Franco (cujas convicções estão já representadas no parlamento pelos deputados do PP, ironicamente um partido notável pela quantidade de homossexuais que tem no armário).

Mas acho que precisamos é de um código civil duro em relação às questões relacionadas com a segregação de seres humanos, sejam eles mulheres, africanos, lésbicas, judeus, ciganos, ou ucranianos.

13 comentários :

Ricardo Alves disse...

Excelente artigo. Concordo contigo em que algumas das notícias sobre a constituição das listas do PS são boas, mas reservo a minha opinião definitiva até saber o que acontece ao resto da ala clerical do grupo parlamentar do PS.

Quanto à homossexualidade, tens razão. Deveria ser assunto de código civil e, fora disso, da esfera privada das pessoas. A politização de o indivíduo X ser homossexual só faz sentido enquanto houver estigma. Que não deveria existir.

Anónimo disse...

Que eu saiba os judeus não são perseguidos nem ostracizados no so called Ocidente,se calhar era mais apropriado falar dos muçulmanos,mas entendo,o loby judaico é masi straigth e, mais in.A vulgaridade do vooso blog segue a par com a literatura ligth do Dan Brown,ie,déjà vu e,não interessa nada a ninguém.Qto ao PS e às questões fraturantes ainda me lembro dos beatos do PSúcialista de chamarem de paneleiro ao José Carlos Ary dos Santos,axo por ser Comunista (não?).Agora é in,talvez por correr por aí q seu secretário-geral o ser e estar no armário...daí a vossa campanha de charme para com o tema 'fraturante' (cófcóf).
Já não têm coragem de apelar ao voto na 'esquerda' do Opus Dei daí,a 'simpatia' pelo MVA e da Inês para a 'esquerda'avançar.Por favor poupem-me,pq já não tenho pachorra para vos aturar mais as vossas xicos-esperticese campanhas de ,digamos,charme,glamour:Boa sorte para arrebanhar a quinta da marinha q'eu não vou votar no P Súcialista!

Ricardo Alves disse...

«A vulgaridade do vooso blog segue a par com a literatura ligth do Dan Brown,ie,déjà vu e,não interessa nada a ninguém»

Anónimo,
parece interessar-lhe a si, que o lê e até se dá ao trabalho de comentar...

Anónimo disse...

A ideia de comparar um homossexual a um pedófilo mostra bem a leveza com que estas questões são tratadas e o país de trogloditas em que vivemos...

Orlando Alves de Sousa


PS: não sou homossexual e sou contra a adopção (para já) de crianças por homossexuais...

Anónimo disse...

É só para ver, a dita isenção....
Já agora não comenta as prisões de autarcas americanos acusados de corrupção entre os quais 5 rabinos(!),um dos quais traficava rins humanos.Era destes que Joshua chamava de vendilhões do Templo?Apesar da veia ateia do blog,pelos vistos fazem vista grossa.Fossem os crentes muçulmanos e, caía o carmo e trindade...

Anónimo disse...

Ora vejam,não era só tráfico de órgãos humanos era tb laundry(meu inglês ténico!).
Actualizem-se e,apanhem o touro pelos cornos

http://dragoscopio.blogspot.com/

Assinatura:Um Ateu,não tão anónimo...

Filipe Castro disse...

Sr. Anónimo: "Os judeus" não são perseguidos nem ostracizados?! Quais? Na Europa há vários milhões e o dia a dia de muitos deles é serem gozados, insultados, espancados, etc. Volta e meia assassinam um. Ou vandalizam-lhes os cemitérios.

E agora, porque apanharam um grupo de rabinos criminosos, os judeus são todos criminosos? Pense um bocadinho antes de escrever aqui estas triste generalizações, que eram justamente o tema do meu textozinho.

Filipe Castro disse...

Ao senhor que se ofendeu por eu ter comparado o Oscar Wilde com o padre Frederico: pedofilia é uma desordem psicológica em que adultos se sentem sexualmente atraídos por crianças pré-puberes.

Se bem me lembro, os amigos do padre Frederico eram todos adolescentes (só os americanos é que consideram um adolescente de 17 anos uma criança em termos da sexualidade deles).

E depois, o Oscar Wilde foi condenado com base no depoimento de adolescentes com quem alegadamente teve relações sexuais.

Não misture alhos com bugalhos.

Mas se acha que o meu argumento falha por causa da comparação, o que é que acha que seriam os interesses comuns do Marcel Proust e do senador Larry Craig, ou da filha do ex-vice-presidente Cheney.

Ricardo Alves disse...

Sobre o judaísmo:

http://esquerda-republicana.blogspot.com/search/label/juda%C3%ADsmo

E concordo com o que o Filipe escreveu.

Ricardo Ferreira disse...

Este anónimo parece-me o Zeca Portuga.

Ricardo Alves disse...

O comentário do anónimo/Zeca Portuga foi apagado.

Ricardo Ferreira disse...

Não tarda nada vai começar a falar de censura e que os ateus são isto e aquilo...

Ricardo Alves disse...

Talvez, mas quero lá saber. Isto fica mais limpo assim.