terça-feira, 28 de julho de 2009

Sobre os anónimos

Acho que já escrevi isto aqui: os anónimos podem ser divertidos ou deprimentes, dependendo dos dias, mas são sempre repugnantemente cobardes e ofensivos para a democracia e a liberdade.

Dizer (e fazer) coisas às escondidas é uma forma de cobardia miserável, que lembra os 'chibos' do tempo do fascismo, do estalinismo, ou da China comunista.

Em Portugal há liberdade de expressão há mais de 30 anos. As pessoas podem dizer o que lhes apetece - como este blog demonstra - sem terem de odiar quem não concorda com elas, nem temer represálias. O Códico Civil já não tem uma secção para delitos de opinião.

Não há nada mais saudável nem divertido do que uma discussão inteligente, em que ambos os lados estão dispostos a mudar de opinião se os oponentes apresentarem melhores argumentos. Richard Dawkins conta que viu um professor dele mudar alegremente de opinião durante uma aula - abandonar uma opinião que tinha defendido apaixonadamente durante anos - e que essa experiência o marcou para toda a vida.

Eu costumava ser um jovem reaccionário, membro da JC, e tive até um casaco verde (o uniforme 'pinheiro manso' da JC). Fui formando dos cursos do IDL (acho que em Portugal era um eufemismo para CIA) e fui eleitor da AD. Mas nunca deixei de me dar com os meus amigos comunistas e anarquistas e socialistas. E nunca quiz matar ninguém. Nunca me levei suficientemente a sério. Mudei de opinião (vergonhosamente tarde, aos 23 ou 24 anos) quando comecei a viajar e a alargar o âmbito das minhas leituras.

Talvez por isso, ser confrontado com comentários anónimos - tantas vezes palermas e às vezes insultuosos - é um bocado deprimente.

Depois de tantos anos, como é que se pode ainda ter medo das opiniões próprias e escrever estas coisas, tantas vezes anódinas, pela calada, anonimamente, como se cada frase fosse um crime?

Ainda não perceberam para que serviu o 25 de Abril?

13 comentários :

Joe disse...

chamar o 25 de abril de revolução é 1 insulto à pavra revolução... o 25/4
foi feito por um bando militares irritados com a guerra colonial e a crise. Ou seja... Se Portugal não tivesse crise e problemas com a guerra colonial... o 25/4 nunca existiria. Acho patetico idolatrar estes "capitaes de abril"... bando de embusteiros,ambiguos que se voltaram contra a ditadura apenas por dissidencia.

Anónimo disse...

Um insulto é um insulto, seja anónimo ou não. Frequentemente escrevo anónimamente porque em blogs onde não me conhecem, que diferença faz assinar com Teresa-Maria-Antónia-ou outro nome qualquer? Sem me verem a cara, sem me conhecerem se tiver um blog, mesmo com assinatura debaixo do nome sou apenas mais uma voz anónima na blogosfera.
E que diferença faz, aqui, anonimato e heterónimo?

Roubo de identidade sim que acho grave, agora anónimos, heterónimos, ou outros mimos....o que interessa é o que dizem, não como assinam.

Ricardo Alves disse...

Anónimo,
assinar com o nome responsabiliza. Quem assina o que faz com o nome, comporta-se melhor. Dar o exemplo, sabe?

Anónimo disse...

Se o outro é Jumento, eu sou o jojoratazana.
Um blog sem censura que aceita toda a gente.
jojoratazana

Anónimo disse...

“Em Portugal há liberdade de expressão há mais de 30 anos. As pessoas podem dizer o que lhes apetece - como este blog demonstra - sem terem de odiar quem não concorda com elas, nem temer represálias. O Código Civil já não tem uma secção para delitos de opinião.”

Lamento a tua ignorância no assunto.

Em 1998 tinha eu um terreno por onde passou o gasoduto que atravessou o país de Sul para Norte.
Depois das mais refinadas peripécias, acabamos em tribunal (eu e a empresa do gasoduto – agora não me atrevo a dizer o nome!). Exigia que a empresa em questão cumprisse o que havia acordado comigo e com os restantes vizinhos.

Um certo dia publiquei num jornal regional o teor do contrato estabelecido com a dita empresa, as posteriores respostas da empresa às minhas exigências, terminando por incentivar os restantes lesados (cerca de 10) a fazerem o mesmo.
A empresa moveu-me um processo-crime e um processo cível.

No processo-crime foi absolvido. Porém, no cível, a empresa alegava que, embora eu tivesse toda a razão, foi a mesma empresa prejudicada no seu bom-nome e na relação com os demais visados, pelo que exigia uma indemnização de 17500 contos (ainda não havia euros).

Perdi todos os recursos e paguei o montante exigido mais os honorário de uma das melhores sociedades de advogados do país (vendi a dita propriedade para pagar).

Mas recentemente, em 2005, na minha rua instalou-se “um comércio” que incomodava os vizinhos. Depois de me aperceber que o mesmo estava ilegal, elaborei um texto de uma abaixo-assinado, recolhi as assinaturas de todos os visados e enviei para várias entidades.
Resultado: O dito “comércio” foi encerrado.

Mais uma vez fui alvo de procedimento judicial. Alegava o “comerciante” que tinha um contrato de arrendamento de 10 anos, e que fruto do abaixo assinado e da nossa (minha) pressão junto de varias entidades, estas encerraram-lhe o comércio, mas ele teve que pagar uma indemnização pela cessação do contrato, e que deveria ser eu ( o responsável) a pagar.
Desta vez, e depois de estudado pormenorizadamente o caso, não paguei porque prontamente negociei com o “sr. prevaricador ofendido e prejudicado”.

Portanto, Filipe, não me venhas com histórias de merda. Esquece o teu puritanismo liberal e libertário, porque o mundo não funciona assim.

Ou és um rapazito malcriado e armado em reguila, ou então vives noutro planeta ou reina a ignorância

Não sabes o que dizes, cala-te!

Muita gente há que, se quisesse pegar contigo (e teus amigos), não havia advogados suficientes para vos livrarem. A vossa sorte é que não chega a meia centena de pessoas, no mundo inteiro, a ler os vossos disparates, senão estavas fritos.

João Moutinho disse...

Em todo o caso considero que o Filipe tem toda a razão.
Assinar anonimamente é uma recusa da cidadania.

Ricardo Ferreira disse...

Anónimo Zeca Portuga:

Sim, pelo teor da história só pode ser o Zeca Portuga.

O seu texto só deu razão ao que o Filipe disse.

Anónimo disse...

Ricardo Ferreira:

Não entendi.
Eu, o último anónimo, Sou Anónimo Zeca Portuga, porquê?

Não contei nenhuma história. Disse apenas o que aconteceu comigo.

Cada vez que alguém diz o que tu não gostas, dás-lhe um nome, porquê?
Achas que os outros não podem ter razão?

Ricardo Ferreira disse...

Como assina anónimo... eu comparei-o com outro anónimo. Os anónimos são todos iguais para mim

Anónimo disse...

Ricardo:

Mas eu sou mesmo um cidadão anónimo. Ou seja, memso que eu diga o meu nome, ninguém me conhece.

Se eu disser que sou João Carlos Freitas, passa a ser mais sério ou mais válido aquilo que aqui escrevo?

O probema é diferente se alguém nos quiser encostar à parede. Mas, para efeitos de comentários, qual a diferença?

E quem me garante que o mone que aqui publicitas é realmente o teu?

Filipe Castro disse...

A história do gasoduto é a história dos ricos e dos pobres. Mas não muda o que eu escrevi.

Anónimo disse...

Não muda?

No dia em que fores processado e tiveres que pagar por dizer a verdade, e ainda por cima vires no acórdão escrito algo do tipo:

“Tendo-se provado serem verdadeiras as afirmações feitas pelo arguido. Porém ficou provado que da publicitação de tais afirmações, independentemente de não serem falsas, resultou prejuízo para o queixoso, que cumpre ressarcir.”

Talvez nesse dia mudes de ideia.

No dia em que dar a tua opinião ou denunciar publicamente uma falcatrua for motivo pra tu pagares uma indemnização, tenho a certeza que mudas de opinião e passas a ter mais cuidado.

Anónimo disse...

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