Um problema da liberdade é o excesso de tolerância. Permitir a total liberdade de expressão a quem apenas a quer usar para ofensas pessoais, apelos ao ódio e, no limite, destruir a própria liberdade, é obviamente um paradoxo. No entanto, quem defende verdadeiramente a liberdade defende-a mesmo para aqueles que detesta. E aceita-a mesmo quando implica conviver com quem nunca aceitaria igual liberdade.
Passa-se algo de semelhante com a boa educação versus a má educação. Considera-se parte da boa educação suportar uma dose moderada de má educação a outrém. O problema é determinar quando foi ultrapassado o limiar a partir do qual viramos as costas e deixamos um cretino a falar sozinho. Curiosamente, traço esse limite na qualidade da argumentação. Quando é estritamente pessoal e insultuosa, já não vale a pena ouvi-la. Criar espaços de liberdade e dialogar é bem, mas há limites que nem sempre são fáceis de traçar.
Estas reflexões foram-me suscitadas por aquilo que se passa nas caixas de comentários deste blogue, e de outro blogue onde um pastor evangélico transcreve longos textos criacionistas (previamente preparados) «a propósito» de artigos sobre propriedade intelectual ou casamentos entre homossexuais.
Tudo isto para dizer que hoje apaguei um comentário neste blogue. Já nem me lembro do que dizia. Recordo-me apenas que se lhe tirasse os insultos, que eram todos pessoais, nada ficaria. Era anónimo, obviamente. Se não o fosse, creio que não o teria apagado. Mas, evidentemente, também não teria sido escrito por alguém que o assinasse com um nome verídico. E acontece que quem quer abusar da liberdade deve ser responsabilizável.
Passa-se algo de semelhante com a boa educação versus a má educação. Considera-se parte da boa educação suportar uma dose moderada de má educação a outrém. O problema é determinar quando foi ultrapassado o limiar a partir do qual viramos as costas e deixamos um cretino a falar sozinho. Curiosamente, traço esse limite na qualidade da argumentação. Quando é estritamente pessoal e insultuosa, já não vale a pena ouvi-la. Criar espaços de liberdade e dialogar é bem, mas há limites que nem sempre são fáceis de traçar.
Estas reflexões foram-me suscitadas por aquilo que se passa nas caixas de comentários deste blogue, e de outro blogue onde um pastor evangélico transcreve longos textos criacionistas (previamente preparados) «a propósito» de artigos sobre propriedade intelectual ou casamentos entre homossexuais.
Tudo isto para dizer que hoje apaguei um comentário neste blogue. Já nem me lembro do que dizia. Recordo-me apenas que se lhe tirasse os insultos, que eram todos pessoais, nada ficaria. Era anónimo, obviamente. Se não o fosse, creio que não o teria apagado. Mas, evidentemente, também não teria sido escrito por alguém que o assinasse com um nome verídico. E acontece que quem quer abusar da liberdade deve ser responsabilizável.
5 comentários :
“apelos ao ódio e, no limite, destruir a própria liberdade, é obviamente um paradoxo” – esta é a prática corrente da esquerdalha ateístas e dos frequentadores da tasca.
Alias, dando uma vista de olhos pela Internet, as únicas páginas que transbordam de ódio, de insulto a quem nem as lê, de juízos infames sobre a dignidade das pessoas, injurias sobre a seriedade das pessoas e instituições, são as páginas dos ateus.
Há paginas anti religião, mas ainda não vi páginas anti-ateísmo, embora tenham a mesma legitimidade.
“a liberdade defende-a mesmo para aqueles que detesta” – não é, de todo, a prática dos ateus perante os crentes.
Não sei se comentário era meu, tão-pouco me importa, já que sou considerado anónimo, pelos padrões dos pensantes da tasca ateísta.
Já fui várias vezes insultado pelos ateístas, daí que não tenha que ser muito educado com eles – sou católico, mas não sou santo, nem acho que os católicos têm que sair em defesa dos problemas alheios.
O que diz é relativo, Ricardo. Quando você escreve «A fascização da ICAR» posso sentir-me mais insultado do que você quando lhe digo a si «Vá pró Caralho!»
zeca portuga: e os mandamentos de deus,são para deitar às urtigas,como p.ex.'não matarás'.....por aqueles q se dizem bons!
O primeiro anónimo leva as coisas muito a sério.
Os fundamentalistas islâmicos também se sentem insultados quando se fala mal da religião.
Organizações públicas estão abertas a criticas e debate a vida privada de cada um nem por isso - parece uma diferença razoavelmente facil de perceber.
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