sábado, 28 de fevereiro de 2009

Entre eles...

Aqui no sul profundo vou-me divertindo a ver a direita às voltas com a realidade. Depois de 8 anos em que o eleitorado lhes deu tudo (presidente, congresso e senado) quase todo o tempo, a direita americana vive num pesadelo.

Como todos os membros de seitas, os americanos conservadores estão perdidos e humilhados. As profecias não se realizaram e os deuses e os líderes por quem eles se prejudicaram e por quem renunciaram às coisas boas da vida foram apanhados a mentir e a roubar, com a calosidade miserável dos sociopatas. Milhares de americanos perderam filhos nesta guerra irracional, milhões perderam o emprego, a casa, as poupanças, a reforma e a esperança, e parece-lhes cada vez mais impossível continuar a enterrar a cabeça na areia e a repetir, como a determinação autista que os caracteriza "W is a good man".

E agora? A arrogância e os insultos não funcionam porque os democratas têm o poder por quatro anos. A menos que haja uma catástrofe.

Os defensores do neo-liberalismo defendem-se como podem, com argumentos patéticos e desculpas manhosas. Lembram-nos os quiromantes e vedores do documentário de Dawkins. Não pode ser, acham eles. Mas é verdade: o mundo está mais pobre, mais sujo, mais violento, mais triste e mais injusto depois de 8 anos de governo por um presidente evangélico que falava com Jesus todas as tardes.

E agora? Damos uma oportunidade ao racionalismo? Parece que não! Como os idiotas que se prepararam para o fim do mundo em 1999 e que agora andam a dizer que o fim do mundo é em 2012 (uma profecia Maia...), os mamíferos do Partido Republicano ainda não estão convencidos...

Não há cura para a espécie humana.

1 comentário :

Ricardo Alves disse...

E não é que o Obama aparece à cabeça da lista no ranking dos senadores «mais liberais»?

http://nj.nationaljournal.com/voteratings/sen/lib_cons.htm?o1=lib_composite&o2=desc#results

Mesmo à frente do Bernie Sanders, o único socialista da casa...

E há mais isto:

«The budget that President Barack Obama proposed on Thursday is nothing less than an attempt to end a three-decade era of economic policy dominated by the ideas of Ronald Reagan and his supporters.

The Obama budget — a bold, even radical departure from recent history, wrapped in bureaucratic formality and statistical tables — would sharply raise taxes on the rich, beyond where Bill Clinton had raised them. It would reduce taxes for everyone else, to a lower point than they were under either Clinton or George W. Bush. And it would lay the groundwork for sweeping changes in health care and education, among other areas.»

http://www.iht.com/articles/2009/02/27/business/27policy.php?page=1