terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A culpa é sempre dos outros

Cem mil mortos depois, o George W «lamenta» ter confiado nos serviços de informações. É tarde. Poderiam ter-se poupado vidas e não se ter concedido um novo foco de recrutamento à Al-Qaeda. Será que alguém aprendeu a lição para a próxima? E o que vai acontecer às «muitas pessoas [que] puseram as suas reputações em jogo» (sobre as armas de destruição «maciça»(*))? Alguma vai perder o emprego? Serem despromovidos? Pode-se saber os nomes deles, já agora?
(*) Um neologismo que fica desta guerra: as destruições «maciças» (supõe-se que antónimas das destruições «ocas»).

3 comentários :

Anónimo disse...

A culpa dele é ter sido enganado pelos incompetentes e inescrupolosos Serviços Secretos, coitado...

João Vasco disse...

Que eles tivessem sido enganados tudo bem. Foi um engano lamentável, e tal.

Mas para evitar enganos estava lá o sr Hans Blix à procura das armas, e enquanto andasse por lá, Saddam não as poderia usar, caso as tivesse.

E quando o sr Hans Blix pedia tempo e suspeitava que as armas não estivessem em lado nenhum, ala que se faz tarde, há um país à espera de ser "libertado".

Por isso toda esta malta que diz "ah e tal, nós pensávamos mesmo que elas estavam lá" como se tivesse havido um engano legítimo, não tem qualquer desculpa. A decisão de atacar sem esperar pelos inspectores teria sido uma decisão sem pés e cabeça, mesmo que fosse provável que Saddam tivesse as armas (e quem tinha dois dedos de testa já sabia na altura que não era o caso).

Ou seja, todas as alegadas falhas dos serviços de informação (muitas delas atribuíveis à liderança da casa branca), e excessiva confiança que neles foi depositada, não são suficientes para desculpar o unilateralismo belicista com que os EUA lidaram com a situação do Iraque.

Vendo bem, vou escrever um post a dizer isto.

dorean paxorales disse...

Ainda por cima, é barbarismo do castelhano. Blegh!