quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Contas erradas

No Blasfémias o João Miranda tenta mostrar que o sistema actual para a segurança social não tem sustentabilidade. Com a esperança média de vida a subir e a natalidade a descer, até poderia ser tarefa fácil. No entanto, o João Miranda complicou-a fazendo umas contas completamente erradas:

«A Segurança Social portuguesa paga por ano cerca de 12 mil milhões de euros em pensões. Este valor é o fluxo. Supondo uma rentabiliade de 5%, o stock de capital necessário para gerar este fluxo é de 240 mil milhões de euros.»

Nos comentários, vários explicaram ao João Miranda o disparate. Além da assunção razoável de uma população constante, este raciocínio assume que todos os contribuintes da segurança social são imortais. Imortais: com o sistema do João Miranda, um indivíduo podia contribuir durante 40 anos e viver para a eternidade dos seus rendimentos.
É evidente que isto é uma exigência um bocadinho mais forte que a mera sustentabilidade da segurança social...

2 comentários :

Anónimo disse...

Claramente a ideia é um indivíduo contribuir durante 40 anos, morrer, e garantir que os seus filhos, igualmente mortais, não tenham de trabalhar nem de contribuir.
Segurança S-ócio-al?

Anónimo disse...

O modelo da Segurança Social deste governo não foi escolhido ao acaso e por meras contas de ocasião.
Certamente foi muito discutido através de vários especialistas.
Por isso é preciso ter cuidado quando se tenta refuta-lo.