- «Não, não preciso de expiar ou envergonhar-me dos séculos de exploração feminina, das humilhações a que os homens sujeitaram a mulher, do sofrimento que lhe impuseram. Não sou culpado do anacronismo das leis, do carácter misógino da tradição judaico-cristã, dos preconceitos do clero e da violência das leis que a discriminaram. Não defendo os conteúdos misóginos da Tora, da Bíblia ou do Corão que legitimam a violência de que são vítimas e as penas a que são sujeitas, sem esquecer a lapidação e as vergastadas públicas a que o fascismo islâmico ainda submete as mulheres. Nos primórdios da humanidade a força física foi determinante, a divisão do trabalho e a apropriação dos incipientes meios de produção conferiram ao homem a supremacia que o tempo se encarregaria de perpetuar e os homens de defender.» («Dia Internacional da Mulher», no Ponte Europa.)
- «Eu acredito que já se mudou muito da antiga mentalidade, as diferenças não são assumidas com a naturalidade que eram dantes e, sobretudo entre gente mais jovem, já há a noção de que as obrigações, direitos, deveres, deveriam ser iguais. E o pensar-se isso, mesmo que na prática não aconteça, é bom. Quero eu dizer, que se o trabalho doméstico recair na mulher, pelo menos o marido fica com alguma má consciência… É alguma coisa. Contudo se isso é a nível ‘doméstico’ chamemos-lhe assim, do ponto de vista patronal a coisa continua complicada: a mulher é ainda a primeira a ser despedida, e ao ser admitida no trabalho sofre um inquérito a nível pessoal que não se utiliza para os homens (se tem filhos, ou até se pensa engravidar). E, é claro, que estamos a pensar em termos de Primeiro Mundo, porque se formos para a África ou Ásia então a mulher é ainda um ser humano de segunda classe. Portanto falta ainda muita luta, muita paciência, muita força de vontade para se conquistar essa igualdade de oportunidades em todo o Mundo.» («Mulher», no Pópulo.)
quinta-feira, 8 de março de 2007
Revista de blogues no dia da mulher
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
2 comentários :
Aqui nos EUA, onde as coisas sao discutidas a serio, as mulheres ganham ainda 75 centimos por cada dolar que ganham os homens com a mesma experiencia e competencia, e as megeras todas que este presidente contratou, e que so tem emprego hoje porque houve discriminacao positiva nos anos 70, sao contra a discriminacao positiva.
Obrigada Ricardo pela citação. Este é um tema que daria pano para mangas. Desta vez nem escrevi muito porque já o tinha feito dos dias 8 dos anos antriore e não me queria repetir. Contudo enqquanto em qualquer lugar do Mundo a mulher for um ser humano de segunda, não é demais a repetição.
Enviar um comentário