- «Sessenta e sete anos depois do final da Segunda Grande Guerra, os europeus sentem-se felizes.»
Vamos lá a ajudar a senhora: 2007-67=1940. O ano do final da «Segunda Grande Guerra», que eu saiba, é 1945. Como assumo que a senhora Mucznick não seja totalmente ignorante em História, o problema dela deve ser de iletracia matemática. O que prova, mais uma vez, que a escola portuguesa precisa de mais horas de matemática e de menos horas de religião.
(Ah, mas concordo com a Mucznick quando ela afirma que «reescrever a história foi sempre o desígnio dos que a querem mudar». Exactamente por isso, oponho-me ao projecto dela de corrigir religiosamente os manuais de história e de língua portuguesa no sentido de se suprimirem referências a amores entre cristãos e «mouras encantadas», ou no sentido de apresentarem uma imagem mais negativa do iluminismo.)
5 comentários :
Calma, olha que às vezes o erro nas contas não é do autor mas do revisor.
Concordo! A historia da Peninsula Iberica é uma historia de aliancas e traicoes entre grupos e senhores da guerra que nao tem quase nada que ver com religiao. Muculmanos e judeus contra cristaos, muculmanos e cristaos contra judeus, judeus e cristaos contra muculmanos, etc.
Os likudniks que acham que representam os judeus todos (e chamam "self-hating jew" a todos os que nao concordam com a visao extremista do partido) adoram simplificar e meter as vitimas todas de um lado e os criminosos todos do outro, como se na historia houvesse bons e maus.
Eu adora que a Esther Mucznick comentasse as noticias dos bombardeamentos do Libano com "cluster bombs" e nos explicasse porque razao a extrema direita israelita mata deliberadamente criancas muculmanas. Futuros terroristas? Como perguntava ha anos Tom Friedman no seu livro "From Beirut to Jerusalem"?
Mouras encantadas?
Qual era a ideia dela ao certo?
Francisco,
a Mucznick acha que a História portuguesa dá uma imagem demasiadamente positiva dos mouros. O relatório dela tem passagens onde fala da «sensualização» dos árabes na literatura portuguesa como algo a eliminar (e o iluminismo também, já agora).
É irónico porque ela começa o relatório a queixar-se do «politicamente correcto», do facto de os manuais falarem demais da escravatura e do colonialismo, de respeitarem demasiadamente as minorias, etc. Depois passa o resto do relatório a dizer que os manuais deveriam falar mais da minoria judaica, do «Holocausto», que deveriam evitar chamar «Palestina» à zona onde hoje existe Israel, que deveriam lembrar que Jesus era judeu, etc.
Como diz o Filipe, o problema é que a situação actual em Israel é cada vez mais insustentável do ponto de vista político...
Nao sou so eu que digo: O Tom Friedman, que antes de se tornar num Bushnik assassino escreveu um livro formidavel sobre o Medio Oriente, explicou claramente que Israel nao pode viver em paz por causa da demografia. Se houver paz e democracia os arabes terao direito a uma fatia muito maior dos direitos e da propriedade do que tem neste contexto.
Ate agora o Likud tem-se safo com a historia do anti-semitismo: se se diz mal do (famoso criminoso de guerra) Sharon e-se logo anti-semita.
Mas a invasao do Libano foi um escandalo tao grande, seguida das ameacas aos EUA para que invadam o Irao, que comeca a ser dificil chamar anti-semitas a todos os que nao concordam com o apartheid israelita, sejam judeus ou gentios.
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