quinta-feira, 8 de março de 2007

O cardeal no protocolo da TV pública

Na comemoração dos 50 anos da RTP, lá estava a sotaina de José Policarpo, sempre um passo atrás do Presidente da República e um passo à frente de dois ministros do governo da República. Como se não bastasse, benzeu o monumento dos 50 anos da RTP, um gesto «mágico» cujas consequências se ignoram.

Tendo em conta que se fez uma lei de protocolo de Estado, há menos de um ano, pela qual o cardeal-patriarca de Lisboa deixou de ter lugar no protocolo de Estado, como deve ser interpretada a atitude de uma das mais emblemáticas empresas públicas, ao colocar o cardeal Policarpo no protocolo da TV pública? Foi uma provocação deliberada?

[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]

10 comentários :

Max Mortner disse...

Se calhar o protocolo de Estado foi mal modificado...
Aposto que a Igreja vai continuar a aparecer nas cerimónias públicas... E qual é o problema? Quem é que hoje em dia se preocupa com isso?

Ricardo Alves disse...

Eu preocupo-me. Não quero confusões entre quem representa o Estado e quem representa uma agremiação privada. A ICAR não faz parte do Estado, e tratamentos como o que recebu o Policarpo ontem na RTP confundem essa distinção.

Max Mortner disse...

Caro Ricardo Alves,

Não há confusões nenhumas. O cardeal atira a água benta e o presidente corta a fita.
Tudo como sempre foi.

Max Mortner disse...

PS: Quando o cardeal cortar a fita aí sim começo a ficar preocupado!
Não há em Portugal o minimo perigo de nos tornarmos um Estado religioso.
Dizer que hoje em dia se luta pela laicidade do Estado português não faz sentido. Há muitos anos que somos um Estado laico. A Igreja é uma entidade (ou agremiação ou clube, chame-lhe o que quiser) que (ainda)está presente no quotidiano e na memória dos portugueses mas que contudo já não "manda".Por isso não há perigo!( e é ridiculo, no caso português, pensar o contrário)

Ricardo Alves disse...

«Tudo como sempre foi.»

O problema é pensar-se isso. Portugal já não é o que foi. A ICAR já não tem o apoio que tinha, e que ainda se finge que tem. É altura de parar de fingir.

Max Mortner disse...

Caro Ricardo Alves,

Quando disse "tudo como sempre" foi referia-me ao protocolo.
É altura de pensar em problemas sérios e por de parte este tipo de questões.

Filipe Castro disse...

O melhor é quando eles benzem as pontes e as barragens. Como se os engenheiros sozinhos nao fossem capaz de assegurar que a coisa nao cai...

Mas o Estado paga um bruxedo do senhor cardeal patriarca (que não abençoa à borla porque deus tem habitos caros: sapatinhos prada para o papa, etc.) e coisa fica mais segura, mais solida... o senhor ministro das obras publicas nao sabe bem como explicar. :-)

Eu acho que a solucao era benzer o IST uma vez e pronto!

David Cameira disse...

" O cardeal atira a água benta e o presidente corta a fita. "

pOIS ISTO É Q É VERGONHOSO

Aig católica devia sobressair apenas pelo seu exemplo ético , moral e ispiritual e , se o não tem,. devia ser extinta
é q isto está é a fazer a obra do ateismo

Os crentes deviam unir-se todos para arrancar - á marretada se fosse preciso - a igreja institucional dos meandros do poder para q assim a nossa voz possa reverberar mais alto..

e depois admiram-se de ter perdido o aborto... pudera tao mais preocupados em " chular 2 o estado do q em agradar a DEUS

Ricardo Alves disse...

«É altura de pensar em problemas sérios e por de parte este tipo de questões.»

Este pode não ser o mais importante dos problemas, mas a Assembleia da República achou-o tão importante que até fez uma lei. Agora, não a cumprem.

Max Mortner disse...

Se a Assembleia da República soubesse o que é importante o país não estava neste estado...
É lógico que esta questão, para o Ricardo é ideológica. Há inumeras leis que existem e que não são, em grande parte dos casos cumpridas e aposto que contra esses incumprimentos nunca se manifestou(por ex. a antiga lei do aborto).

Cumprimentos,
Max M.