- «É possível a vida humana sem Estado, a sociedade sem Estado. Nesta, existe a liberdade do mais forte – por exemplo, a liberdade para cometer homicídio. Tal sociedade e tal liberdade, contudo, nada têm a ver com o Liberalismo. O Liberalismo, pelo contrário, representa a evolução da organização social na dependência de um Estado. O Liberalismo representa uma forma elaborada e historicamente evoluída do estatismo. Não existe Liberalismo sem estatismo, sem a existência de Estado. Sem Estado, não existe o Liberalismo, mas poderá existir uma vida "solitária, pobre, sórdida, selvagem e curta". A liberdade individual, entendida como a liberdade da generalidade dos indivíduos, no contexto de uma dada civilização, não é incompatível com a existência de um Estado. Muito pelo contrário, a existência de um Estado é uma condição sine qua non para a liberdade individual (mas certamente não é condição suficiente).» («O Estado, condição sine qua non do Liberalismo», no Blasfémias.)
- «Tem sido de todo interessante o debate autofágico em curso em blogues liberais. Aquele que em tempos anunciaram como "o maior defensor da liberdade em Portugal nos últimos 20 anos" (sic), Pedro Arroja, afinal resume o seu "liberalismo" a duas teses peregrinas: a de que a instituição mais liberal de sempre terá sido a Igreja Católica, e a de que Salazar era liberal. (...) Por outro lado, é significativo que senhores como Arroja ou André Azevedo Alves se sintam hoje tão à vontade para defender a ICAR e o salazarismo com a maior das desfaçatezes. Deve lembrar aos mais distraídos que a Democracia não é um facto, antes uma circunstância, e que o nosso esquecimento e alheamento são o terreno dos novos salazares, desta vez, suprema das ironias, mascarados de liberais.» («O liberal-salazarismo», no 2+2=5.)
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Revista de blogues (28/2/2007)
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2 comentários :
Este Pedro Arroja é o mesmo que ia à televisao defender a privatizacao dos tribunais ha 20 anos?
Tem um texto delicioso sobre a inflacao e a democracia num blogue qualquer! Parece que foi o 25 de Abril de 1974 que provocou a inflacao em 1973. :-)
É o mesmo Pedro Arroja que defendia a privatização dos rios aqui há uns anos. E que deu uma entrevista em que dizia que a escravatura foi economicamente benéfica para os «negros» e que eles até foram para os EUA «voluntariamente»...
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