sexta-feira, 13 de março de 2009

A não-democracia europeia

O que se chama a uma entidade política em que a assembleia eleita pelos cidadãos não pode iniciar legislação, e onde a «câmara» que inicia legislação e decide quase tudo de substancial (como nomear o chefe do «governo») é não eleita, reune à porta fechada, e vota segundo um critério de «sindicato de voto nacional»?

O João Pinto e Castro considera a entidade descrita acima uma «democracia». Não há dúvida: o europeísmo é uma paixão que cega. Como todos os nacionalismos, aliás, particularmente os mais jovens e ainda artificiais.

17 comentários :

Pedro Fontela disse...

E se fosse uma democracia pura e dura o que é que isso teria de vantajoso para países de pequena/média dimensão como Portugal?

CS disse...

Caro P Fontela, que vantagens tem o modelo actual? Já se deu conta do eminente colapso da UEM?

Ao Ricardo Alves, desculpe o link mas achei que o insulto seguido de abolir comentários ao post na sequência de uma crítica minha ao Ribeiro e Castro merecia uma denúncia num espaço de liberdade como este. Assim anda a direita em Portugal: http://tinyurl.com/bf8qmx

Pedro Fontela disse...

Carlos Santos,

Para não haver beneficio claro mais vale evitar mudanças desncessárias.

Ricardo Alves disse...

Pedro,
Portugal e o resto da Europa estariam melhor com um modelo federal como o dos EUA (ou do Brasil).

Em primeiro lugar, Portugal ganharia em existir um Senado em que os Estados falassem uns com os outros de igual para igual, em vez do actual sistema em que os Estados, no Conselho Europeu, têm pesos diferentes conforme a população. Seria o fim do Directório, e portanto os Estados pequenos e médios ganhariam (e muito).

Em segundo lugar, não perderia nada no «Parlamento» Europeu.

Anónimo disse...

Ricardo Alves:

Mas porque é que Portugal (e a Europa) estariam melhor com um modelo federal?

Um modelo federal pressupõe divisões administrativas de regiões.

Portugal tem escala para ser dividido em regiões?
Um território de 88 km2?

Então podemos passar para a lógica da região grande com a divisão em regiões maiores no contexto da Europa:

Tendo em conta que a espanha tem 400mil km2 como fazer?

Portugal fica uma região e a Espanha é dividida em 4 regiões?

E a Alemanha e a França que já estão divididas em regiões?

Voltam a aceitar re-dividir-se numa nova classificação?


E isto vai geral mais eleições e mais cargos políticos?

Mais sub entroncamentos burocráticos ou não?

Pedro Fontela disse...

Concordo com o Dissidente, o federalismo a nivel europeu não aponta saídas para nós. Pelo contrário parece levantar imensas questões pouco simpáticas.

Anónimo disse...

Ricado Alves tem toda a razão (desta vez).
A União Europeia de democracia apenas enche a boca com o nome. Talvez fosse distracção minha mas não vi por aqui nenhum aplauso a um dos mais consistentes e sérios discursos que o denunciou no parlamento europeu - o recente discurso do presidente checo, Vaclav Klaus. Há alturas em que temos de pousar as diferentes bandeirinhas de cada um e gritar em uníssono pelas causas mais importantes.

Anónimo disse...

E o Hugo Chavez é que é ditador.Por me sentir ofendido pelos xicos espertos entelectuais a bendizer:Cabrões!

Ricardo Alves disse...

Dissidentex,
federalismo não pressupõe necessariamente regionalismo.

E o que eu estou a defender é a democratização da União Europeia, previamente a qualquer outra transferência de poder ou a qualquer revisão do modelo «Estados com ou sem sub-regiões».

Anónimo disse...

Ricardo Alves: o federalismo , de início,e como teoria, não pressupõe.

Mas depois evolui para isso.

O problema , parece-me é o facto de se partir do principio que se consegue atingir "democratização na Europa" ao nível da tomada de cisões(participação política,etc) federando a Europa.

Não consigo ver porque é que isso iria acontecer.

A burocracia que entrava as coisas e que é "não democrática", continuaria no mesmo sítio onde está.

E a fazer as mesmas coisas.

Anónimo disse...

O Europeísmo é uma espécie de milagre num continente onde as coisas se resolviam à pancadaria da grossa. É verdade que as coisas não são perfeitas mas penso que muitas em termos de democraticidade se resolveriam por aumentar o poder do Parlamento Europeu (esse com autoridade moral para eleger o "Presidente").
Quanto ao modelo federal em que se procura um equilíbrio entre a identidade de cada Estado e o número de habitantes de cada um foi o que permitiu que o George W fosse o Presidente da União durante oito anos.

João Moutinho

Zeca Portuga disse...

Sou anti-europeista. Sou contra a "união", e a favor da "comunidade".
Aliás, nem entendo como pode nascer uma "união" (dita europeia) sob os escombros de outra "união" (a sovietica)que caiu de podre, quando a filosofia das duas não difere muito, embora a ideologia que as suporta seja (por enquanto) ligeiramente diferente (mas já dá mostras preocupantes da sua evolução).

Ricardo Alves disse...

João Moutinho,
o que permitiu que o George W fosse eleito em 2000 foi o bloqueio judicial das recontagens. Isso e um sistema em que cada Estado conta com a totalidade dos seus votos para um único candidato. Esta última característica é o que temos actualmente no Conselho Europeu...

Ricardo Alves disse...

«Dissidentex»,
o federalismo não tem que ter como unidades-base as regiões. Podem ser os Estados.
Mas a burocracia bruxelense é, sem dúvida, um problema.

Anónimo disse...

Mas Ricardo se o peso de cada europeu contasse o mesmo, ficaríamos numa situação em que a política poderia ser ditada por um pentavirato, encabeçado pela Alemanha.
Mas a do George é só para pôr mais um Republicano num blog Repeublicano...;-)

João Moutinho

Ricardo Alves disse...

«se o peso de cada europeu contasse o mesmo, ficaríamos numa situação em que a política poderia ser ditada por um pentavirato, encabeçado pela Alemanha»

Pelo contrário. Na situação actual é que temos um «pentavirato» (vulgo «Directório»). O que se deve ao facto de cada Estado ter um peso diferente no Conselho Europeu, ao contrário do que acontece em Senados com o dos EUA.

João Moutinho disse...

Pois, pois...Ricardo sabes mais destas coisas do que eu.