terça-feira, 3 de julho de 2007

Às apalpadelas

Vejo um documentário num canal, e uns profes universitários garantem que os terroristas do 7 de Julho eram um grupo isolado que se radicalizou por conta própria. Mudo para outro canal, e os jornalistas indicam que os terroristas do fim-de-semana passado chegaram ao Reino Unido há dois anos, provavelmente já «programados» para actuar. Não há padrão.

4 comentários :

Anónimo disse...

Por outro lado há terroristas que seguem sempre o mesmo padrão: seja por estarem à 60 anos a oprimir o povo palestiniano, a invadir países por petróleo, por destituir presidentes democraticamente eleitos substituindo-os por ditadores, etc etc

O mais interessante é que todos acham que estes não são terroristas.

Deve ser uma questão de perspectiva.

*

João Vasco disse...

Uma nação imperialista pode patrocinar o terrorismo, e muitas vezes fá-lo.

Mas chamar terrorismo ao imperialismo em si apenas serve para confundir os conceitos e tirar significados às palavras. Chamemos os bois pelos nomes, e o nome do imperialismo não é terrorismo.

É totalmente diferente um grupo ser dissidente, ter poucos meios e ter agir escondido (terrorismo) para praticar a violência contra civís (com objectivos mais ou menos legítimos), ou estarmos a falar numa nação que ataca civís de uma nação inimiga, sem ter de esconder os preparativos para a sua acção, ou os seus autores temerem "ser apanhados".

Não esvaziemos as palavras dos conceitos a que se referem apenas porque, tendo conotações negativas aos olhos de muita gente, queremos usá-las para qualificar tudo aquilo que não gostamos.
Isso lembra-me Orweel e o duplipensar...

Anónimo disse...

oh meu amigo...terrorismo é apenas e só: exercer terror...

tanto fazem uns como fazem outros.

não invente...

João Vasco disse...

Não, não é.

A segunda guerra mundial não era um conflito de terroristas. Havia terroristas sim, em cada um dos lados, mas não eram os exércitos.

O terrorista luta numa situação de inferioridade de meios, evita ser identificado e apanhado, tenta agir secretamente, etc...

Estar a dizer que os estados são terroristas implicaria que as suas forças fossem muito inferiores às dos seus inimigos, o que normalmente não é o caso.


O problema é que com a conotação negativa que terrorismo tem, começa a ser usado como um insulto. Só os "maus" é que podem ser terroristas, mas isso é uma ideia simplista que importa combater. A resistência francesa aos nazis era terrorista, por exemplo, e nem por isso deixava de ser heroica, muitas vezes - só para dar um exemplo menos polémico.