- «O autoproclamado maravilhoso serviço social da igreja é tão bom, tão bom, que não é capaz de sobreviver sem os subsídios do estado. O estado paga, a igreja gasta o dinheiro como bem entende e fica com a fama de prestar os serviços que o estado não oferece. Justo, não? É por estas e por outras que a igreja continua a parecer ter um papel e uma importância na sociedade que definitivamente não tem. É o estado que sustenta essa importância, não é a sociedade, a quem a igreja é indiferente. Sustentação com subsídios e com o vergonhosamente anti-laico serviço público de televisão. Ser solidário com o dinheiro dos outros é fácil, ter canais de televisão também (já a TVI, privada, não durou muito enquanto TV católica). Chantagear o governo para que este se demita do seu papel social, contratando antes a igreja, também não tem sido difícil. Mas o que eu gostava mesmo de ver era um apoio e generosidades católicas geradas a partir de fundos católicos, e não estatais, e de preferência sem produzirem gangues assassinos. Pode ser, ou é mesmo impossível?» («Bispos ameaçam governo para conseguirem mais dinheiro», no Renas e veados.)
- «(...) seria um exercício jornalístico bem curioso saber o montante dos apoios públicos de que a igreja tem beneficiado nos últimos anos. Por exemplo, quanto dinheiro recebeu a U. Católica e comparar com o que não terão recebido as outras Universidades não públicas. (...) Para mim, a Concordata está no sentido oposto da interpretação razoável do espírito do art. 41.º da CRP - julgo-a materialmente inconstitucional já que subalterniza as demais confissões religiosas relativamente à ICAR. Portugal deveria denunciá-la e aplicar integralmente a Lei da Liberdade Religiosa. Claro que isso não irá acontecer, todos o sabemos. A ICAR, com a sua sabedoria milenar, sobrestou nas suas exigências até ao momento em que o Governo começou a resvalar - e logo atacou no modo e no tempo certo (o pormenor político das vésperas das eleições em Lisboa é deliciosamente revelador).» («Pois é, pois é... (III)», no Blasfémias.)
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Revista de blogues (12/7/2007)
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1 comentário :
Quando é que o Estado português vai ter coragem de dizer NÃO à igreja católica como Lula disse NÃO ao papa?
Concordo com as ideias expostas neste artigo, pois tb acho vergonhoso a forma subalterna (mts vezes atropelando a Lei!) como a República Portuguesa se comporta perante a ditadura do Vaticano.
Sobre o facto da igreja se armar em caridosa e boazinha com o dinheiro de todos nós, muita culpa também têm mts dos governos que desde 1974 têm passado pelo Poder ao desprezarem cada vez mais os necessitados (pobres, emigrantes, idosos, órfãos, etc.)...Se existisse uma Segurança Social séria, verdadeiramente competente e humanista todos esses excluídos seriam tratados com dignidade e conforto sem ser preciso darem pretextos aos abutres das religiões. Que se diga, trabalham para eles por mero interesse, com dinheiro alheio (dos nossos impostos!), e de forma egoísta pensando que a fazer esta "caridade" se salvam mesmo sendo grandes pecadores e claro, sempre propagandeando a religião doidivana deles e achando-se melhor do que os outros. Isto acompanhado mts vezes o facto de assim obterem com a maior das facilidades gente frágil e indefesa onde podem descarregar os seus instintos doentios e malévolos, nomeadamente sádicos e pedófilos.
Mafalda
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