António Costa pediu há dias um "momento de mudança" nas eleições autárquicas. Alguém mais desatento ainda poderia pensar que António Costa pedia que tirassem António Costa da CML, mas foi apenas mais um episódio do jogo sujo (que ainda agora começou a aquecer) que as oposições sempre praticaram nas autárquicas e nas europeias: colar os concorrentes ao governo.
Esta colagem é uma ofensa aos princípios democráticos, porque os candidatos do PSD e do PP às autarquias apenas representam o seu projecto para a política local e nada mais. Ser candidato de direita não significa concordar com as escolhas do governo central, e mesmo que concordem não são essas políticas que vão a plebiscito.
Esta colagem é arma de quem acha que o mérito do seu projecto local não é suficiente para ganhar.
Por favor, nas próximas eleições, vote na direita se for a sua lista preferida.
7 comentários :
Miguel, não tens razão. A política autárquica não é totalmente independente da política nacional, e os partidos são os partidos que são, ao nível nacional ou local. O projecto do CDS em Valença do Minho é de direita como o projecto da CDU em S. Brás de Alportel é de esquerda. A gestão municipal não é, desde o 25 de Abril pelo menos, meramente administrativa.
Dizes bem, o projecto CDS em Valença do Minho é de direita. O que eu digo é que quem defende esta linha para questões locais, não deve ser afectado pelas escolhas nacionais - que não interferem obrigatoriamente no modelo local. Ou melhor, interferem do mesmo modo seja uma CM de esquerda ou direita.
Nem te preciso dizer obviamente que muitos autarcas de direita discordam das escolhas do governo central...
Se eu defendo uma política de direita a nível local, porque haveria eu de pensar no que está a ser decidido em Lisboa? Explicas-me?
E já agora, o que dizes das eleições europeias, onde a mesma brincadeira é feita? A ligação com a política em Lisboa é diferente, e até hierarquicamente diferente.
Também não sei se percebi bem este post. Do que percebi, só concordo que é abusivo fazerem-se leituras nacionais de eleições autárquicas. Mas esquerda é esquerda e direita é direita, a nível autárquico, nacional ou europeu.
"obviamente que muitos autarcas de direita discordam das escolhas do governo central..."
*Toda a gente* discorda do governo central, seja ele qual for. É uma caraterística portuguesa.
"Se eu defendo uma política de direita a nível local, porque haveria eu de pensar no que está a ser decidido em Lisboa?"
Se defendes uma política de direita... és de direita. Acho muito estranho, esquizofrénico mesmo, defender-se uma política de direita a nível municipal e uma de esquerda a nível nacional. Ou então continuo sem perceber.
Dito de outro modo, acho uma ofensa à democracia, querer ligar esta eleição à política nacional. Nesta eleição estão em causa projectos locais, que devem ser votados de acordo com os seus méritos (que não se dividem em esquerda em direita, há milhentas variáveis) e não de acordo com os desméritos que um governo central possa ter só por ser da mesma cor.
Neste sentido, irritam-me estes apelos da esquerda para se votar "contra" o Governo.
Miguel, «apelos da esquerda»? Repara na série de posts que estou a publicar: é o símbolo do PSD que está desaparecido dos cartazes...
Este jogo sujo já está entranhado no ambiente político nacional, e por isso me parece óbvia a reação dos candidatos do PSD.
Neste momento é a esquerda que o faz - e por isso é que lhes aponto o dedo - há 4 anos eram todos menos o PS...
Acho que já era altura de se discutir as candidaturas de acordo com os seus méritos.
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