Já foi há mais de dois anos que escrevi - e tudo o que aconteceu desde então só me deu razão - que o FMI era a instituição que poderia dar esperanças a Portugal.
No quarteto que nos governa, as divisões têm sido cada vez mais claras, sendo que CE, BCE e governo nunca esconderam o desconforto da falta de puritanismo por parte da instituição de Washington.
Cavaco, que ainda há dias avisava que não tinha praticamente poder sobre um dos membros do quarteto, o governo, vem agora atacar o único membro sobre o qual certamente não tem qualquer influência, o FMI. Cavaco defende a saída do FMI do quarteto por ter "objetivos e visões" que "não coincidem" com os da CE.
Se havia dúvida de que lado Cavaco se coloca, deixou de haver.
1 comentário :
O caso não é que o FMI tenha uma opinião diferente da das outras instituições.
O caso é que a missão jistórica do FMI é apoiar países que tenham défices comerciais crónicos. Ora, Portugal atualmente não tem défice comercial, pelo que para o FMI Portugal não é um país que caia no seu âmbito. Por isso, o FMI sempre se mostrou, e cada vez mais se mostra, relutante em fazer parte da troica.
O problema de Portugal não é falta de dinheiro, é incapacidade de o Estado angariar suficiente dinheiro para as funções que a si próprio se atribui. Ora, esse não é um problema do FMI.
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