Muitas das reacções à contestação dos professores passam pela constatação de que o número de alunos tem diminuído nas últimas décadas, e o número de professores aumentado. Existiria um excesso de alunos, que os professores não reconhecem, e que o Estado não pode pagar. Assim, o Governo teria toda a razão nesta disputa.
É verdade que o número de alunos tem diminuído, mas essa observação será enganadora para aferir a necessidade de professores se ignorar os sucessivos aumentos na escolaridade obrigatória que resultam numa maior necessidade de docentes. E é precisamente por isso - porque com mais escolaridade obrigatória são necessários mais professores - que os docentes têm continuado a ser contratados.
Mas o que é realmente absurdo é trazer esta observação para o debate público a propósito da tentativa de aumento da carga horária dos professores. Que bem é que faria ao ministério aumentar a carga horária dos seus trabalhadores, se os tivesse em excesso? Não procuraria ao invés negociar uma diminuição da carga horária (e respectivas contrapartidas)?
Um gestor que está disposto a lutar para aumentar os horários é um gestor que não se confronta com uma mão de obra em excesso. Isso seria lutar para agravar o seu problema: se já tinha mão de obra em excesso com os horários anteriores, o excesso será ainda superior com a nova carga horária.
A tendência de aumento dos alunos por turma ao longo dos últimos anos, a redução dos apoios pedagógicos, a redução das cargas horárias das disciplinas, são novamente incompatíveis com a ideia de que existem "professores a mais". Um ministro confrontado com professores "a mais" nunca iria proceder a uma série de medidas que pioram a qualidade do ensino mas libertam mão-de-obra para supostamente ficar de braços cruzados.
É verdade que vão existir professores em excesso. Muitos serão despedidos. Mas não é por causa das tendências demográficas. É porque, ao aumentar o número de alunos por turma, ao reduzir os apoios pedagógicos, ao reduzir a carga horárias das disciplinas, mas aumentar a dos professores, sacrifica-se a qualidade de ensino para diminuir a necessidade de professores.
Se essa mão de obra já estivesse em excesso, nada disso faria sentido.
Assim, o objectivo é fazer uma poupança que sairá muito cara ao país.
É verdade que o número de alunos tem diminuído, mas essa observação será enganadora para aferir a necessidade de professores se ignorar os sucessivos aumentos na escolaridade obrigatória que resultam numa maior necessidade de docentes. E é precisamente por isso - porque com mais escolaridade obrigatória são necessários mais professores - que os docentes têm continuado a ser contratados.
Mas o que é realmente absurdo é trazer esta observação para o debate público a propósito da tentativa de aumento da carga horária dos professores. Que bem é que faria ao ministério aumentar a carga horária dos seus trabalhadores, se os tivesse em excesso? Não procuraria ao invés negociar uma diminuição da carga horária (e respectivas contrapartidas)?
Um gestor que está disposto a lutar para aumentar os horários é um gestor que não se confronta com uma mão de obra em excesso. Isso seria lutar para agravar o seu problema: se já tinha mão de obra em excesso com os horários anteriores, o excesso será ainda superior com a nova carga horária.
A tendência de aumento dos alunos por turma ao longo dos últimos anos, a redução dos apoios pedagógicos, a redução das cargas horárias das disciplinas, são novamente incompatíveis com a ideia de que existem "professores a mais". Um ministro confrontado com professores "a mais" nunca iria proceder a uma série de medidas que pioram a qualidade do ensino mas libertam mão-de-obra para supostamente ficar de braços cruzados.
É verdade que vão existir professores em excesso. Muitos serão despedidos. Mas não é por causa das tendências demográficas. É porque, ao aumentar o número de alunos por turma, ao reduzir os apoios pedagógicos, ao reduzir a carga horárias das disciplinas, mas aumentar a dos professores, sacrifica-se a qualidade de ensino para diminuir a necessidade de professores.
Se essa mão de obra já estivesse em excesso, nada disso faria sentido.
Assim, o objectivo é fazer uma poupança que sairá muito cara ao país.
Sem comentários :
Enviar um comentário