segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Mário Soares dissera que...

  • «Participei nos Encontros Ecuménicos inter-religiosos organizados, em diferentes países, pela Comunidade de Santo Egídio. Lutei sempre pelo diálogo, pelo multiculturalismo, em sentido lato, pelo pluralismo ideológico e cultural. Pela tolerância, contra o fanatismo religioso e cultural, pelo laicismo e contra a confusão perigosa entre religião e política
...E nem falara mal. Porém, quando Soares mistura na mesma frase o laicismo e o orgulho em ser convidado pelos padres de Santo Egídio deixa a descoberto a facilidade com que transige nos princípios. É-me impossível não recordar que na mente deste homem o laicismo foi sempre um conceito vazio: a passagem de Soares pela Presidência da República não trouxe qualquer avanço à causa da laicidade do Estado.

4 comentários :

Anónimo disse...

A Comunidade de Santo Egídio não é "de padres"... Aliás, não foi fundada por nenhum nem é animada por nenhum nem é gerida como comunidade eclesiástica nem a maioria dos seus membros são padres ou freiras ou pessoas com quaisquer votos religiosos.

A figura mais proeminente é, porventura, um historiador "leigo" (católico, decerto) que recentemente publicou entre nós o livro "Século XX - O Século do Martírio", sobre a história do século XX e os dramas humanitários que o percorreram.

Portanto, Soares não está a "misturar" nada quando fala como fala...
E, dada as csuas conhecidas ligações a sectores anti-católicos, parece-me até bastante insuspeito disso... desse "pecado", diria.

Mas, enfim, num "blog" pode dizer-se qualquer disparate, qualquer arrazoado fundamentado ou não...

Anónimo disse...

Acrescento que a Comunidade de Santo Egídio é, de facto, um exemplo de tolerância, de diálogo ecuménico, de aproximação a crentes e não crentes, um baluarte contra o fanatismo religioso e cultural...

Ricardo Alves disse...

Caro anónimo,
«A Comunidade de Santo Egídio não é "de padres"»
Nem eu disse que é *de* padres. Mas é uma organização católica com fins religiosos.
O meu problema aqui é que Soares acha que realmente é através das religiões que os homens se podem entender. E ao mesmo tempo vai falando em nome do «laicismo»... Pobre laicismo que em Portugal é identificado com este homem, que de laicista tem muito pouco ou nada, quanto mais de anti-católico...
Ah, e quanto ao seu segundo comentário:
«a Comunidade de Santo Egídio é, de facto, um exemplo de tolerância (...) contra o fanatismo religioso e cultural»
... Já foi verificar a atitude dos «meninos» de Santo Egídio face aos assassinos do GIA?

Anónimo disse...

Eu, que sou apoiante de Soares, reconheço que a laicidade nada lhe deve.

Pelo contrário, tem sido cúmplice da ICAR a ponto de retirar na tradução portuguesa de «Portugal amordaçado» as referências mais cáusticas em relação a Fátima.