O PSD dará liberdade de voto aos seus deputados na votação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que garante, desde já, mais votos a favor no PSD do que no PS. Eis um sinal claro de como o PS se está a deixar ultrapassar. Dentro em pouco, até o CDS será menos «prudente» nesta questão.
Actualização: confirmando a mariquice do PS, apenas um deputado (ex-JS) será livre. O resto da bancada votará disciplinadamente contra. Desconfio que, nesse dia 10, o BE garantirá um resultado de dois dígitos para daqui a um ano.
Actualização: confirmando a mariquice do PS, apenas um deputado (ex-JS) será livre. O resto da bancada votará disciplinadamente contra. Desconfio que, nesse dia 10, o BE garantirá um resultado de dois dígitos para daqui a um ano.
12 comentários :
Se os meus direitos não estão na agenda do PS, o PS não vai estar no meu boletim de voto. Se o PS vota contra os meus direitos porque não é oportuno, não me calha bem votar no PS. Principalmente quando o mesmo partido admite que é um imperativo constitucional e, ainda assim, impõe disciplina de voto contra.
O Bloco de Esquerda terá o meu apoio em 2009 e de todos os que, entre familiares e amigos, eu conseguir convencer a seguirem-me o exemplo.
Ricardo, o PSD só concedeu a liberdade de voto porque nehum dos seus membros vai votar a favor do casamento de homosexuais, por razões ideiologicas.
Esta manobra do PSD é para afzer as pessoas pensarem que o PSD é mais democratico.
Tenho que concordar com os dois outros comentadores. Se o PS não sabe aquilo em que acredita então não caça o meu voto para o ano. E o PSD só dá liberdade neste campo porque sabe que as propostas serão derrotadas e que de qualquer forma os seus deputados são na sua maioria tão trogloditas que nunca votariam a favor de tal coisa a não ser que lhes fosse ordenado.
Pense-se no significativo número de pessoas que ficaria no mínimo admirado de o PS no último ano de legislatura votar uma lei que nunca tinha proposto nem discutido. E que, apenas a JS defendera abertamente, fazendo aliás grande campanha nesse ponto, bem antes do BE (assim como, no caso do aborto, e em tantos outros, o BE copiou as bandeiras da JS)...
anónimo:
Esse argumento tem alguma validade, e justificaria uma abstenção. Não justificaria o voto contra, e muito menos a imposição de disciplina de voto.
Vamos ver qual é o argumento que o PS vai dar nas próximas eleições. Nas últimas foi "os portugueses não estão preocupados com esse assunto". Os portugueses que não se revém nesta afirmação - que entre outras coisas também se preocupam com o cumprimento da constituição, e não descriminação de nenhuma minoria - podem ter isto em conta quando consideram o seu sentido de voto.
Concordo consigo, João Vasco. O voto contra é provavelmente um erro, que acredito ser uma resposta imponderada ao que terá sido entendido como uma provocação do PCP e do BE, ao adulterar a agenda do parlamento, sem haver nenhum motivo especial para ser este o momento para essa proposta. Daí o oportunismo político.
Porém, julgo ser correta a imposição da disciplina de voto (com a justa excepção do deputado cujo mandato tem particularidades programáticas, já que este se deve à representação segundo uma estrutura autónoma, associada às problemáticas de um grupo etário).
Tal, uma vez que a ausência de imposição de disciplina de voto resultaria ou na simples aprovação da proposta, ou em caso contrário, na estigmatizarão do PS como um partido conservador e em particular dos deputados que votassem contra como empecilhos. Seria incomportável...
Pelo contrário, Anónimo, a imposição da disciplina de voto contra os projectos-lei é que dá a imagem do PS como um partido conservador. Passa a ideia de que os casamentos homossexuais vão contra as bases programáticas do Partido Socialista, que são contrários à matriz ideológica do PS e, como tal, merecem um chumbo em bloco.
Se as propostas fossem chumbadas com a liberdade de voto do PS, eu ficaria, no máximo, a pensar que ainda há debate interno por fazer entre os socialistas para convencer os que ainda hesitam. Com a disciplina de voto contra e lágrimas de crocodilo na forma de um "jotinha", fico com a ideia de que o PS é uma espécie de PP ligeiramente mais à esquerda.
Caro helicóptero, se não se quer que uma proposta seja aprovada de imediato, estas circunstâncias e sobretudo sem debate, só há uma coisa a fazer, - usar a disciplina de voto.
Se isso não fosse feito, como disse, a proposta seria provavelmente aprovada, ou então, os deputados do PS que votassem contra pareceriam ser contra o seu conteúdo e não contra a circunstâncias.
Sem debate?
Há anos que se debate a questão dos casamentos homossexuais! Há anos que a JS apresentou a sua própria proposta, há anos que decorre nos tribunais um processo de inconstitucionalidade do Código Civil e há anos que se escreve e fala sobre a questão em jornais rádios, revistas e televisões. Há anos que a coisa já foi votada em Espanha e, desde então, há anos que se discute o problema deste lado da fronteira.
Se o PS ainda não debateu a questão, não será por falta de incentivo da sociedade civil ou de outras forças políticas. E se o próprio PS admite que não há um problema de fundo com os casamentos homossexuais, que existe uma inconstitucionalidade no Código Civil e enche a boca com criticas à concepção de casamento de Manuela Ferreira Leite, não tem qualquer lógica fazer tábua rasa disso tudo e chumbar as propostas com disciplina de voto, como se fosse uma ofensa aos valores socialistas.
Anónimo:
Ou está em jogo apenas a disputa eleitoral, ou estão em jogo valores.
Eu não concordaria com uma abstenção com base na ideia da falta do "debate alargado". É certo que o PS não tinha isso no seu programa, mas isso apenas deveria querer dizer que não iria promover essa iniciativa - não que tinha obrigação de a sabotar.
Mas compreenderia. "Não prometemos isto, e mesmo que - por força das circunstâncias [alegadamente] - tenhamos feito N coisas que não prometemos, esta não vai ser mais uma, independentemente do facto de concordarmos ou não" Ok. É uma argumentação aceitável.
Mas é preciso ser coerente com ela. A abstenção acontece independentemente das consequências. Se o diploma passa ou não fica na mão dos outros partidos, e os portugueses pedirão contas a cada partido/deptado em função do seu voto.
Se o diploma passasse, o PS diria que não teria votado contra por não ser contra, nem a favor por não prometido nada disso. Tudo aceitável.
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Mas quando o PS impõe o voto contra, a desculpa do "não estava no nosso programa" não colhe.
Porque também não estava no programa do PS "tentaremos, mais aficandamente que o PSD, sabotar qualquer medida neste sentido".
Portanto esta atitude só se justifica como mero calculismo eleitoral.
E sou muito sincero: para mim foi uma desilusão.
Mais uma.
Para quem esteja em Lisboa e possa ou queira seguir a sugestão:
Dia 10 de Outubro é dia de ir ao parlamento. É dia de encher as galerias para, no momento em que se confirme o chumbo dos projectos-lei do BE e dos Verdes, quem assiste se levante e se deixe ficar de costas voltadas para a assembleia que discrimina parte dos cidadãos que representa. Se não estamos na agenda política da maioria dos deputados, então eles não estão na nossa; se acham que não é oportuno fazer cumprir o imperativo constitucional da igualdade, então nós dizemos que não nos é oportuno reconhecê-los como nossos representantes. Em silêncio, sem cartazes e sem bandeiras, de costas voltadas e tão indiferentes a eles como eles a nós.
A sessão plenária que discutirá a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo inicia-se às 10 horas da manhã.
A questão que está na mesa é uma questão de direitos humanos. Eu acho inacreditável que o P'S' se atreva a ter reticências em relação a uma questão tão simples e tão elementar.
E se eu fosso da J'S' mascarava-me e não aparecia em público por uns tempos.
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